Veja os principais questionamentos da Comissão do Conselho Deliberativo sobre a SAF do Náutico
A Comissão de Projetos Estruturantes de conselheiros pretende apresentar seu parecer adiantando uma série de questionamentos
Dia importante no Timbu. O Náutico dará mais um passo importante em direção à implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), na noite desta terça-feira (11), com a apresentação da proposta vinculante pelos investidores do "Consórcio do Timbu" ao Conselho Deliberativo. Além disso, a Comissão de Projetos Estruturantes de conselheiros pretende apresentar seu parecer sobre a proposta vinculante. A reportagem do Diario de Pernambuco teve acesso ao documento que traz uma série de questionamentos sobre os termos do acordo, apontando pontos de discordância.
Membros do Consórcio do Timbu
O "Consórcio do Timbu", formado por Fransérgio Bastos, Cafu e Thiago Ribeiro, é o responsável pela proposta que visa garantir um aporte de R$ 400 milhões ao clube ao longo de 10 anos. No entanto, a comissão expressou uma série de dúvidas sobre a viabilidade financeira do projeto, a capacidade dos investidores e até mesmo questões de conflito de interesse.
Entre os principais questionamentos está a falta de garantias quanto aos aportes financeiros. Embora a proposta mencione um orçamento de R$ 400 milhões, a comissão destacou que o valor não inclui correções monetárias ao longo dos anos, o que poderia comprometer o poder de compra do montante no futuro. Além disso, a proposta contempla o uso da receita do clube para compor o orçamento, mas sem garantias de aportes anuais por parte dos investidores.
Outro ponto levantado foi a relação dos investidores com a empresa de agenciamento de atletas, que poderia configurar um possível conflito de interesse. Além disso, a comissão questionou a real capacidade financeira dos investidores, uma vez que não há previsão concreta de aportes significativos para sustentar o projeto.
Patrimônio
Em relação ao patrimônio, a proposta do "Consórcio do Timbu" sugere o desmembramento de 39,48 hectares do Centro de Treinamento (CT) do clube, que passariam a ser de propriedade da SAF, enquanto os outros 8 hectares permaneceriam com o Náutico. A comissão, no entanto, recomendou que a exploração da área não operacional do CT fosse concedida à SAF, mas sem a transferência definitiva de propriedade.
Além disso, segundo o parecer o Timbu permaneceria com a propriedade dos Aflitos, mas cederia à SAF os direitos de uso e exploração do estádio, sem qualquer compensação financeira. A comissão também apontou a omissão na proposta quanto ao imóvel da garagem de remo, localizado na Rua da Aurora, que não foi contemplado na documentação apresentada.
Pagamento de dívidas dos investidores
Outro ponto crucial levantado pela comissão foi a falta de clareza sobre como os investidores pagarão as dívidas que serão assumidas pela SAF. A diluição dos pagamentos ao longo do tempo, com o uso das receitas próprias do clube, não foi vista como uma solução vantajosa para o Náutico, pois não traria benefícios financeiros imediatos.
A reunião do Conselho Deliberativo, que acontecerá nesta terça-feira, será decisiva para o futuro da implementação da SAF no clube. A comissão de conselheiros recomendou que novos esclarecimentos sejam feitos, visando proteger os interesses do Náutico antes de qualquer aprovação. A expectativa é de que mais detalhes sobre as garantias financeiras, a estrutura do projeto e as implicações patrimoniais sejam discutidos, a fim de proporcionar maior transparência e segurança para a transição rumo à nova gestão.
DP
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