Uma estranha diferença
Uma diferença marcante nos relatórios finais dos inquéritos policiais feitos pela PF sobre Otavio Azevedo (e os executivos da Andrade Gutierrez) e Marcelo Odebrecht (e os executivos da Odebrecht): apesar de todos terem sido indiciados, o pedido para a manutenção da prisão preventiva só foi feito para Marcelo e seus executivos.
Mais uma: o relatório sobre a Odebrecht tem 64 páginas, enquanto o que detalha as encrencas da Andrade é mais enxuto. Tem 34 páginas.
Sobrou para a OAB no relatório final do inquérito policial em que a PF pede o indiciamento de Marcelo Odebrecht. Lá pelas tantas, o delegado Eduardo Mauat assinala:
- Verifica-se que a própria OAB faria parte da estratégia de Marcelo Odebrecht, sendo certo que nunca se observou uma atuação tão agressiva da respeitável entidade como durante a Fase 14, malgrado até o presente momento não tenha havido qualquer evidência concreta de ofensa a prerrogativas de advogados no exercício dessa atividade. Consideramos possível, quiçá, que alguns de seus integrantes estejam sendo manipulados como parte da estratégia traçada pelo dirigente do grupo empresarial.
(Atualização, às 18h23: a OAB enviou uma nota oficial sobre o assunto. Nela, ressalta que a sua atuação está correta e que a prova disso seria que Sergio Moro suspendeu inquérito do bilhete. Mais: “A OAB não se intimidará e nunca deixará de agir onde prerrogativas profissionais e o direito de defesa forem desrespeitados, sejam eles de advogados de investigados ou de delatores.”)
Lauro Jardim - Veja

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