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domingo, 17 de novembro de 2019

SANTA CRUZ - RESSOCIALIZAÇÃO

Dentro do time Fut 7 do Santa Cruz, garoto tenta reescrever história com ajuda do futebol

Atleta do time Fut 7 do Tricolor fará sua estreia em gramado de Copa do Mundo (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP Foto)


Talento no esporte dá oportunidade de ressocialização na vida de adolescente


João será nome fictício no personagem desta história. Um jovem de 17 anos, que está em processo de ressocialização, após passar por período de internação na Fundação de Atendimento Socioeducativo – Funase, do Cabo de Santo Agostinho, e que vem traçando o caminho do recomeço baseado em dois pilares: a família e o futebol. No último, na figura do Santa Cruz, seu clube do coração e onde integra, desde setembro a equipe Fut 7.

Em 28 de abril desse ano, João iniciava uma internação provisória na unidade da Funase de Pirapama, no Cabo. Durante esse período, ele participou de um campeonato de futebol que aconteceu entre as unidades de Pirapama e de Jaboatão, e teve o talento observado por um dos pedagogos, que o levou ao Santa Cruz para um período de testes. Não demorou para ser aprovado.
 
Na equipe Fut 7 do clube do coração, mesmo ainda estando na Funase, o garoto passou a ter uma rotina de treinos nas tardes de terças e quintas. E, acompanhado por um responsável, fazia o que mais gostava, sob o sol do campo society do Santa Cruz. 
 
“Cheguei no Santa através de uma oportunidade. Fiquei alegre, senti  também que ia dar um orgulho para a minha mãe. De vir aqui, e jogar no Santa”, confessou o garoto. Com um ar de timidez, as palavras foram curtas até mesmo para falar do ídolo Pipico. Nessa hora,no entanto, a comunicação veio com o brilho nos olhos de quem passou a se permitir voltar a sonhar. Quem sabe uma dupla com o camisa nove? “Seria bom. Eu acho que ajudaria”, disse.
 
No dia 22 do mês passado, João ganhou liberdade. Mas continuou a frequentar os treinos e jogos da equipe Fut 7 do Santa Cruz. Algo que para a coordenadora geral da Funase do Cabo, Cristyane Galindo, é fundamental no processo de reintegração social do jovem.

“Enxergo como positivo, porque ele deu continuidade. Mesmo tendo saído da Funase, ele soube aproveitar. Isso faz a gente renovar as esperanças e ver que existe socioeducação. A gente tem que acreditar no adolescente. Quando ele estava na internação, a gente trazia. Mas, o fato dele continuar vindo, mostra que ele tem um sonho, e que está fazendo valer a pena”, comemorou.
 
Oportunidade que também fortalece o outro pilar no processo de recuperação de João. A mãe, Michele Bárbara. Em um crescimento mútuo. “É uma oportunidade muito grande para o meu filho. Só Jesus sabe o que eu passei, isso é uma glória. Quando ele entra em campo é o maior orgulho da minha vida e do meu coração. A família toda é tricolor, a gente já torce pelo time e com ele, é melhor ainda”, revelou emocionada. 
 
Na equipe, João seguirá intensificando e aprimorando seu desenvolvimento. Um passo de cada vez. Em uma caminhada ainda longa. Mas promissora. “Ele tem capacidade de melhorar, vi que tem um talento para isso. Ele vai estrear na Arena de Pernambuco no PE Cup, preciso lapidar para ele ir bem e estrear bem”, garantiu o técnico da equipe tricolor Valcley Nascimento.


DP

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