Chiquinho Brazão: quem é o deputado suspeito de mandar matar Marielle Franco
Delação do ex-PM Ronnie Lessa, que está preso desde março de 2019, cita irmãos Brazão e ex-chefe da Polícia Civil
Em sua delação premiada, o ex-PM Ronnie Lessa apontou três pessoas como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco — ocorrido em março de 2018 e que vitimou também o motorista Anderson Gomes. Um deles seria o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil), irmão do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão. Ele foi preso na manhã deste domingo em uma operação da Polícia Federal. Chiquinho exerceu o cargo de secretário municipal de Ação Comunitária da prefeitura do Rio até fevereiro deste ano, quando pediu exoneração após surgirem os primeiros rumores sobre sua possível participação no crime.
Chiquinho ficou apenas quatro meses à frente da pasta antes de reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília. O fato de ele ter o mandato de deputado federal seria a motivação para que a delação de Lessa tenha sido enviada para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi homologada terça-feira passada.
Antes, o trâmite do caso era no Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que na delação do também ex-PM Élcio de Queiroz, preso em 2018 suspeito de envolvimento no crime, já havia surgido o nome de Domingos Brazão, de 59 anos, que possui a prerrogativa de foro por ser conselheiro do TCE. Domingos também é apontado pelo crime na delação de Lessa.
Aos 62 anos, Chiquinho Brazão foi eleito vereador do Rio pela primeira vez em 2004 reeleito em 2008, 2012 e 2016, num total de quatro mandatos consecutivos no Legislativo Municipal. Nesta última passagem pelo Palácio Pedro Ernesto, o mandato de Chiquinho coincidiu com o de Marielle Franco, de 2017 (início da legislatura) até seu assassinato, em março de 2018.
Na Casa, Chiquinho exerceu, em meio a muita polêmica e até tumultos no plenário, a presidência da CPI dos Ônibus, convocada para investigar supostas irregularidades no transporte coletivo da cidade. A CPI terminou sem maiores consequências. Em 2018, Chiquinho Brazão foi eleito deputado federal, tendo renovado o mandato na eleição de 2022.
Em seu perfil no Instagram, numa publicação de 26 de fevereiro deste amo, Chiquinho destaca uma publicação sobre o Projeto de Lei nº 146/2021, de autoria dele, que prevê o uso de tornozeleira por homens que agredirem mulheres.
Por Agência O Globo
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