TREINADORES CONTESTADOS

Apesar de finalistas, Soso e Aal têm trabalhos contestados no Sport e Náutico; confira análise

Allan Aal e Mariano Soso, técnicos do Náutico e Sport, respectivamente (Foto: GABRYEL FRANÇA/CNC; RAFAEL VIEIRA/DP)

Treinadores vem apresentando resultados, mas não estão convencendo as suas torcidas, que já ensaiam pedidos de demissão

Sport e Náutico ficaram no empate em 2x2, na última quarta-feira (21), pela 6ª rodada da Copa do Nordeste, na Arena de Pernambuco. E não é apenas no placar que a igualdade vem prevalecendo entre o Leão e o Timbu. Pelo menos não para os técnicos Allan Aal e Mariano Soso.

Apesar de estarem no G4 do Nordestão e serem finalistas do Campeonato Pernambucano, a dupla de treinadores vive momentos de pressão semelhante, tendo seus trabalhos colocados em xeque pelas suas respectivas torcidas.

 

Com vaias cada vez mais frequentes e restando poucas semanas para o início do Campeonato Brasileiro, a pergunta que não quer calar entre alvirrubros e rubro-negros é se eles têm capacidade de  dar conta do recado no maior desafio da temporada.

Mariano Soso vem sendo contestado por não repetir escalações, o que vem causando falta de entrosamento em desafios considerados "mais fáceis" em 2024. Sob o comando do argentino, o Sport não vence há quatro partidas e sofreu contra equipes de divisões bem inferiores ou sem calendário, como Retrô, Murici e nos clássicos contra o Santa Cruz. 

 

Outro ponto de crítica é o "relaxamento" da equipe em jogos que ainda não haviam se decidido e també na reta final dos duelos. Contra o Bahia, Murici e Náutico, os rubro-negros levaram gols nos acréscimos e deixaram de somar pontos importantes.

 

DESEMPENHO DE MARIANO SOSO NO SPORT:

 

• Jogos: 19

• Vitórias: 11

• Empates: 5

• Derrotas: 3

• Aproveitamento: 66,6%

"Tenho o pensamento crítico do nosso jogo, do plano de jogo que desenho. Os jogadores são muito aplicados e acho que eles são atletas de qualidade e de ótima interpretação. Acho que a crítica é mais para quem conduz do que para os jogadores", avaliou o argentino.

 

"É um time que permanentemente está em processo (de evolução) e temos que conseguir maior regularidade para não sofrermos no jogo. Objetivamente, não deixamos de vencer devido ao adversário dominar e provocar um assédio a nós. Não. São jogadas particulares, quando o jogo está encerrando e temos que alcançar uma maturidade", complementou Soso. 

Em relação à Allan Aal, a retranca é o motivo da impaciência dos alvirrubros. Com uma proposta reativa, o Timbu tem como característica ter mais jogadores atrás da linha da bola do quê à frente. Além disso, a postura defensiva quase que automática após marcar um gol também vem decepcionando. 

O desempenho jogando nos Aflitos, em especial na Copa do Nordeste, é outro quesito a ser observado. Em três jogos em casa, o Náutico perdeu dois jogos e empatou um. Em toda a competição, a equipe só venceu um confronto, contra o Maranhão e fora de casa. Hoje o Timbu ocupa o 4º lugar no Grupo B e pode sair do G4 caso Treze-PB ou Itabaiana-SE vençam os seus desafios. Ambos jogarão em casa.

DESEMPENHO DE ALLAN AAL NO NÁUTICO:

 

• Jogos: 18

• Vitórias: 9

• Empates: 5

• Derrotas: 4

• Aproveitamento: 59,2%

"Sempre disse que temos muito a evoluir, mas também vejo uma coisa um pouco pesada para esses atletas. A gente herdou uma coisa do ano passado muito complicada, e aí precisamos fazer uma comparação. O desempenho dos anos anteriores era muito superior ao do elenco que está aqui e ao trabalho que está sendo feito?", avaliou Allan Aal, que complementa.

 

"As coisas vão evoluindo com trabalho, estamos aqui há três meses e meio, e a gente vem evoluindo. Talvez não na velocidade que eu gostaria, que o torcedor gostaria, mas se a gente for campeão creio que todos vão querer dar a volta olímpica", desabafou o treinador do Náutico.

 Haim Ferreira