Mulheres relatam terem sido estupradas por Rodrigo Carvalheira: 'Estava apagada'
Três mulheres denunciaram o empresário por violência sexual
Três mulheres relataram terem sido estupradas pelo empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, nos anos de 2009, 2011 e 2019. Ele foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (11), no Recife, por suspeita de violência contra mulheres.
"Acordei numa cama e tinha muito sangue. [...] Quando eu fui tomar banho, foi quando eu vi o quanto eu estava machucada [...] ainda estava com sangue, com muita dor", disse uma das vítimas, sob sigilo, à TV Globo.
Segundo ela, Carvalheira a dopou e a estuprou após uma festa, em 2009, quando ela tinha 18 anos. O caso foi denunciado à polícia no final do ano passado.
"Ele me deu um comprimido, eu tomei. E aí continuou a festa e eu vi que eu estava ficando, tipo, muito louca, comecei a passar mal. [...] Eu lembro que saí do banheiro e ele estava me esperando na porta [...] Quando eu vi, ele 'e aí, bateu?', e eu: "Eu estou passando meio mal, preciso ir para casa', aí ele 'não, fique tranquila, eu te levo'", contou a mulher.
Ela contou que tem poucas lembranças da carona, mas que entendeu o que aconteceu no momento em que acordou. A mulher afirmou que era virgem à época e que o empresário debochou quando foi confrontado. "Fui conversar com ele, fiz: 'Titela, como tu fala isso para as pessoas, tipo, eu não lembro de nada, estava apagada', aí ele disse que 'sim, fiz e faria de novo', falou, tipo, debochando", afirmou.
OUTRAS VÍTIMAS
Além dela, outras duas denunciaram o empresário pelo mesmo crime.
Uma delas, que afirmou ser amiga de Rodrigo, procurou a polícia no ano passado para fazer a denúncia. Segundo ela, o crime aconteceu em 2019, quando ela tinha 31 anos.
"[Ele] enfiou um comprimido na minha boca, que eu não vi nem a cor nem nada. [...] Eu já tinha bebido muito, estava muito vulnerável, sonolenta, enfim, e engoli o remédio. Na época, ele disse que era uma droga, disse que era um ecstasy. A partir daí, eu não tenho mais lembrança nenhuma, minha memória apagou completamente", contou.
No outro dia, ela teria acordado na cama do quarto com Carvalheira em cima dela e que, depois, encontrado várias manchas de sangue na casa.
Ela contou que, após o empresário espalhar a história para amigos em comum, outras mulheres a procuraram para denunciar que haviam passado pela mesma situação, além de abusos e tentativas de estupro. Esses crimes teriam acontecido do mesmo modo, com ele drogando a vítima e se aproveitando de sua vulnerabilidade.
O outro caso relatado teria acontecido em 2011, quando a vítima em questão tinha entre 16 e 17 anos e afirmou que já conhecia Rodrigo. Ao deixar uma festa no Recife, o empresário, que estava no mesmo evento, ofereceu-lhe uma carona. No entanto, ao invés de deixá-la em casa, Rodrigo a teria levado para um motel. Em seguida, insistiu para que ela entrasse e fizesse sexo com ele.
O empresário foi preso em Boa Viagem e, após ser ouvido na delegacia, realizou o exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML). Em seguida foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, onde ficará à disposição da justiça.
O QUE DIZ A DEFESA:
A advogada Graciele Queiroz disse que a prisão do cliente “é um show midiático político”.
Leia a nota da defesa:
“A defesa técnica do empresário Rodrigo Cavalheira vem a público esclarecer que prisão de Rodrigo causou espanto e estranheza para todos. Os fatos narrados são graves, porém baseados unicamente na opinião da autoridade policial e na coleta de depoimentos.
Rodrigo, ao longo dos últimos meses, se colocou à disposição da autoridade policial para prestar esclarecimentos e colaborar com a polícia. Seu objetivo sempre foi provar sua inocência e esclarecer os fatos confusos. Rodrigo pediu para ser ouvido de forma espontânea na delegacia, mas a delegada que preside o inquérito não aceitou o pedido.
A defesa técnica de Rodrigo Cavalheira afirma que todos os fatos serão esclarecidos e a inocência de Rodrigo restará provada.”
Por: Antônio Gois
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