TRF5 homologa acordo para pagamento de indenizações a donos de prédios-caixão no Grande Recife
Foto: Rafael Vieira/Arquivo DP
Segundo a corte, a celebração do acordo foi feita pelo corregedor-regional da Justiça Federal da 5ª Região, desembargador Federal Leonardo Carvalho
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) anunciou, nesta
quarta-feira (19), que homologou o acordo relativo ao pagamento de
indenizações aos proprietários dos prédios-caixão, no Grande Recife.
Segundo
a corte, a celebração do acordo foi feita pelo corregedor-regional da
Justiça Federal da 5ª Região, desembargador Federal Leonardo Carvalho.
O
acordo equivale ao pagamento de indenizações aos donos deste tipo de
edificação situados nos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes,
Olinda e Paulista.
Segundo o TRF5, o
compromisso foi firmado entre União, Caixa Econômica Federal (CEF),
Governo do Estado, Confederação Nacional das Seguradoras, Ministério
Público Federal (MPF) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no dia
11 deste mês, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), quando a
desembargadora federal Joana Carolina Lins Pereira, representando o
TRF5, deu "ciência" no acordo.
"As notícias
veiculadas pela mídia, com efeito, informam a existência de cerca de 14
mil famílias afetadas pelo problema nos últimos 40 anos, com 17 prédios
desabando na Região Metropolitana do Recife e um trágico saldo de 54
mortes apenas nas cidades de Paulista e Olinda. Ao todo, foram mais de
oito mil ações ajuizadas em busca de indenização e que, agora, buscam no
presente termo de conciliação, fruto do empenho singular de seus
próceres, a começar pelo próprio Presidente da República, a esperança de
dias melhores", afirmou o corregedor-regional Leonardo Carvalho.
Ainda
segundo o TRF5, o documento estabeleceu parâmetros necessários à
implementação de medidas administrativas e sociais envolvendo
edificações verticais localizadas no Estado e identificadas como de
risco muito alto de desabamento na presente ação, além de permitir a
realização de acordos judiciais em ações individuais relativas ao
extinto Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação
(SH/SFH), no âmbito do Núcleo 4.0 SH do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) e do TRF5.
Os
prédios envolvidos neste processo estão localizados no Recife (161),
Olinda (129), Jaboatão dos Guararapes (81) e Paulista (60).
No entanto, os proprietários dos apartamentos discordam do valor proposto, que varia entre R$ 40 mil e R$ 120 mil.
Estado se comprometeu a pagar auxílio moradia
O
Governo de Pernambuco se comprometeu a assumir a responsabilidade de
ficar com os terrenos e pagar auxílio moradia aos atuais ocupantes dos
prédios-caixão condenados no Grande Recife. Ao todo são 431 prédios.
A
decisão foi informada após proprietários dos apartamentos dos
prédios-caixão participarem de uma reunião com o Governo na
segunda-feira (17) para discutir sobre a indenização que irão receber.
Para os donos dos imóveis, o valor ideal a ser recebido é de R$ 300
mil.
Durante a reunião no palácio do Campo das
Princesas, no bairro de Santo Antônio, os proprietários dos
apartamentos também contestaram as medidas anunciadas pelo Governo do
Estado para tentar resolver o problema das indenizações e falaram sobre a
invasão por parte de pessoas sem moradia. O encontro contou com a
presença da secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Simone
Nunes.
“A
reunião foi proveitosa pois foi aberto este canal de comunicação, que
deveria ter sido aberto antes das negociações do Governo Federal. Foi um
processo que ocorreu de cima para baixo e que os proprietários não
foram ouvidos. Na reunião de hoje vimos que o Governo do estado não
tinha as informações detalhadas sobre a situação dos proprietários.
Haverá uma nova reunião para alinhar os assuntos. Deixamos claro que não
queremos briga com o Governo do Estado”, disse Edvânia Santos,
integrante da Federação das Associações de Moradores dos Núcleos de
COHAB e Similares no Estado de Pernambuco (Femocohab).
Por
meio de nota, a gestão estadual informou que “mesmo não fazendo parte
da discussão judicial que envolvia a problemática dos prédios caixão,
buscou construir um caminho de solução para o impasse”.
O
Governo ainda disse que irá interferir no processo pelo fato de muitos
dos prédios estarem ocupados por pessoas em situação de alta
vulnerabilidade social, em geral, representadas pelos movimentos sociais
de luta por habitação.
O texto destaca que o
“governo do Estado não fez proposta de indenização, até porque não cabia
ao governo entrar numa disputa entre partes privadas, travada entre os
mutuários, Caixa Econômica Federal e seguradoras”.
A
gestão estadual ainda deve apresentar projetos de habitação de
interesse social dentro dos moldes das várias vertentes do Minha Casa
Minha Vida, com recursos do FAR e FGTS, e aportes de R$ 20 mil do
Entrada Garantida no Morar Bem Pernambuco.
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