Após indícios de corrupção, leilão de arroz é anulado
No centro das suspeitas sobre importação está secretário demitido
O governo federal decidiu anular o leilão bilionário para importação de arroz. O anúncio ocorreu hoje (11), no Palácio do Planalto, durante entrevista dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e do presidente da Conab, Edegar Pretto.
O cancelamento ocorre em meio a denúncias de irregularidades no leilão. Há ainda questionamentos quanto a capacidade técnica e operacional dos vencedores do edital de entregarem o produto. A operação de compra do arroz movimentaria R$1,3 bilhão.
Um dos vencedores, a Queijo Minas, está instalado em uma pequena loja em Macapá (AP). A empresa receberia do governo Lula cerca de R$736,3 milhões. O dono da empresa já foi citado em investigação sobre crimes em licitação e desvio de verbas públicas.
Desde o início da movimentação do governo federal para a importação do arroz, a justificativa para a compra do grão foi rebatida pela Federarroz, associação que representa mais de 6 mil produtores do cereal. O governo Lula defendia que a importação era para não haver desabastecimento do produto.
De acordo com a Federarroz, cerca de 83% da plantação de arroz foi colhida e não houve prejuízo na colheita. A federação descartou risco de desabastecimento e, inclusive, acionou a Justiça para barrar a compra.
Após o anúncio do cancelamento do leilão, o secretário de Política Agrícola, Neri Gelller, foi exonerado do cargo.
CPI do Arrozão
Na Câmara dos Deputados, avança pedido de criação de uma CPI para investigar a importação. O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) afirmou que cerca de 100 parlamentares já assinaram o pedido de instalação da comissão. Para sair do papel, são necessárias 171 assinaturas.
“É inadmissível um empresa que tenha tido R$80 mil de capital, uma semana antes do leilão, passar para R$5 milhões”, destacou o parlamentar ao citar o que houve com um dos vencedores do certame.
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