Eleição presidencial de 2026. PT e PL antecipam confronto. Entenda os bastidores
PT e PL antecipam disputa pela eleição presidencial de 2026. Partidos têm estratégias para o pleito municipal deste ano
Para o PT e o PL, as eleições municipais deste ano vão se transformar numa prévia da eleição presidencial, em 2026. Enquanto o PT tenta se fortalecer nos grandes colégios eleitorais, como São, Rio e Belo Horizonte, mesmo sem estar na cabeça de chapa ou na vice, o PL já está de olho em preparar candidatos para disputar o Senado.
O PT planeja lançar candidatos em 14 capitais, enquanto o PL deve lançar em 15. As duas siglas, no entanto, devem ter confrontos diretos em apenas nove das 26 capitais estaduais. Diferentemente de outras eleições, o PT decidiu priorizar alianças em vez de lançar candidaturas neste pleito.
Historicamente, o partido adota a estratégia de lançar o maior número possível de candidaturas para marcar posição. Porém, para conter o avanço do bolsonarismo nas prefeituras e visando construir alianças para as eleições de 2026, a sigla abriu mão de lançar candidatos em cidades importantes, incluindo São Paulo, onde apoia o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos.
A disputa deste ano é vista tanto por petistas quanto por bolsonaristas como um prelúdio para as eleições de 2026, quando os grupos buscarão fortalecer sua representação no Congresso e disputar a Presidência da República. Embora as eleições municipais geralmente não sejam influenciadas por questões nacionais, analistas preveem que a campanha terá um tom nacional, com a narrativa do "nós contra eles" predominando.
"Nas prefeituras com confronto direto entre o PT e o PL, a polarização se intensifica, refletindo o resultado das eleições de 2022”, diz a doutora em Ciências Políticas Deysi Cioccari.
"Em cidades menores, a competição é mais local, focada em questões como infraestrutura, saúde e serviços básicos. Já em cidades com mais de 100 mil habitantes, a influência das questões nacionais é muito mais pronunciada", complementa.
Enquanto o objetivo do PT nesta eleição é recuperar seu crescimento de forma significativa e sólida, o do PL é avançar com seu projeto de fortalecer sua presença no Senado. O partido visa obter a maioria para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e buscar emendas à Constituição, como possíveis mudanças na duração dos mandatos dos ministros do STF ou uma anistia para os presos do 8 de Janeiro.
Para alcançar esses objetivos, o PL aposta em candidatos bolsonaristas que, mesmo se perderem na disputa municipal deste ano, poderão eventualmente vencer a eleição para o Senado daqui a dois anos.
O pré-candidato a prefeito do Rio pelo PL, deputado Alexandre Ramagem, é um exemplo dessa estratégia. Embora esteja consideravelmente atrás do prefeito Eduardo Paes nas pesquisas de intenção de voto, Ramagem é a aposta do presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, para que o partido conquiste mais uma vaga no Senado pelo Rio.
Atualmente, o PL já conta com o senador Flávio Bolsonaro. Além disso, Costa Neto está considerando lançar Michelle Bolsonaro e Carlos Bolsonaro para o Senado em 2026. "Valdemar Costa Neto quer usar essas eleições para demonstrar a força do bolsonarismo", avalia o CEO da Dharma Political.
O PL, com destaque para Michelle Bolsonaro e o ex-presidente Bolsonaro, tem feito um esforço contínuo para aumentar o número de filiações e manter uma lógica de embate eleitoral contra o governo. Esse esforço tem sido focado em cidades onde Bolsonaro teve grande sucesso, principalmente no Centro-Sul, em cidades médias e pequenas.
Por Magno Martins, de Brasília
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