Família de Deolane financiou protestos na frente da cadeia, diz desembargador
Em decisão, magistrado do TJPE decidiu manter Deolane Bezerra atrás das grades e concordou com cárcere em Buíque, longe de grandes centros urbanos
Na decisão que manteve Deolane Bezerra atrás das
grades, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal
do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), afirmou que familiares da
influenciadora financiaram manifestantes para protestar na frente da
cadeia e pressionar a Justiça para soltá-la.
Essa
foi uma das justificativas usadas pelo magistrado para concordar em
deixar Deolane encarcerada na Colônia Penal Feminina de Buíque, no
Agreste, a cerca de 280 quilômetros de distância do Recife. Superlotada e
conhecida por abrigar as chamadas “Canibais de Garanhuns”, a unidade
fica distante de grandes centros urbanos. O habeas corpus foi julgdo na
quarta-feira (11/9)
Alvo da Operação
Integration, Deolane Bezerra, de 36 anos, é investigada por suposto
esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar e de empresa de
apostas. Ela alega inocência e diz que os valores contestados na
investigação são oriundos das suas atividade publicitárias.
Com
mandado de prisão preventiva em seu desfavor, a influenciadora deu
entrada, no dia 4 de setembro, na Colônia Penal Feminina do Recife, onde
ficou cinco dias. Com cartazes e até queima de fogos, dezenas de fãs se
aglomeraram no portão da cadeia e promoveram tumultos.
Volta à cadeia
Por
Deolane ser mãe de uma menina de 8 anos, a Justiça acatou o seu pedido
de prisão domiciliar na segunda (9) e estabeleceu uma série de medidas
cautelares, como não poder falar com a imprensa ou usar as redes
sociais. A soltura da influenciadora, no entanto, durou menos de 24
horas.
Assim que pisou na rua, a investigada
declarou que a sua prisão seria ilegal e publicou uma foto, em que
aparece amordaçada, no seu perfil do Instagram, que reúne mais de 21
milhões de seguidores. Para o desembargador, tratou-se de tentativa de
insuflar a opinião pública contra o sistema de Justiça.
“Essa
tentativa de mobilização da população contra as investigações em cursos
fica ainda mais evidente quando a imprensa noticiou que familiares da
paciente (Deolane) estão financiando as manifestações em frente ao
cárcere, como se pode ler em vários sites de notícias hoje consultados”,
diz o magistrado.
“O
financiamento de manifestantes, por iniciativa de familiares da
paciente, para se aglomerarem diante da Colônia Penal Feminina do Recife
(Bom Pastor) e realizarem protesto, demonstra a total inconveniência da
permanência da paciente em suas instalações, justificando o seu
encarceramento em Buíque”, registra.
Investigação
Conforme
mostrou o Diario de Pernambuco, a influenciadora é suspeita de
movimentar pelo menos R$ 15 milhões, em transações de origem
desconhecida que envolveria até contas bancárias de filhos.
Mãe
da influenciadora, Solange Bezerra também foi presa na ação e nega
participação em crimes. Em habeas corpus, que já foi negado pela
Justiça, a investigada alegou, ainda, ter problemas cardíacos que a
impediram de permanecer atrás das grades.
O
pivô do suposto esquema seria a empresa Esportes da Sorte, com sede no
Recife, ligada ao empresário Darwin Henrique da Silva Filho. Ele se
entregou à polícia na semana passada.
A suposta
lavagem de dinheiro também envolveria carros de luxo. Segundo a
investigação, Deolane e Darwin teriam negociado um Lamborghini Urus, que
foi comprado pela influenciadora por R$ 3,85 milhões.
Por: Felipe Resk
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