Polícia conclui inquérito da operação que prendeu Deolane e bloqueou bilhões
Deolane está presa em Buíque, no Agreste de Pernambuco (Rafael Vieira/DP Foto)
Documentos foram enviados ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
O inquérito da Operação Integration, que prendeu a influencer e advogada Deolane Bezerra, de 36 anos, a mãe dela, Solange Bezerra, 56, e outras 10 pessoas, foi concluído pela Polícia Civil pernambucana.
Nesta quarta (18), a corporação informou que enviou o documento ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mas não divulgou quantas pessoas foram indiciadas nem os nomes delas.
Em
nota, o MPPE disse que o "inquérito está sendo analisado pela 25ª
Promotoria de Justiça Criminal da Capital, com apoio do Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)."
Agora,
o MPPE poderá acatar todo o conteúdo do inquérito, com os indiciamentos
apontados pela polícia, para enviar ao Judiciário. Também é possível
que o Ministério Público solicite novas apurações.
A Operação Integration
A
operação para investigar suposto esquema de lavagem por meio de jogos
de azar e apostas esportivas bloqueou cerca de R$ 2,27 bilhões de 53
alvos, incluindo empresas e pessoas físicas.
A
ação aconteceu em seis estados, no dia 4 de setembro. Foram apreendidos
jatinhos, helicópteros, carros de luxo, além de relógios e bolsas de
grife.
O pivô do suposto esquema seria a empresa
Esportes da Sorte, com sede no Recife, ligada ao empresário Darwin
Henrique da Silva Filho. Ele se entregou à polícia.
Na
decisão que determinou as prisões preventivas, a juíza Andréa Calado da
Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) disse que a investigação indicou "a existência de uma
rede organizada de ocultação de recursos, que parece ter origem em
atividades ilícitas. As transações analisadas revelam um padrão
sofisticado de lavagem de dinheiro, que compromete gravemente a
transparência e a rastreabilidade dos recursos envolvidos."
"A
análise detalhada dos fluxos financeiros aponta para a presença de uma
organização criminosa, denominada ORCRIM, que está envolvida em diversas
atividades ilegais. Entre essas atividades, destacam-se a lavagem de
dinheiro, operações de jogo de azar, e a exploração tanto de jogos
físicos quanto de jogos online. Essa rede criminosa utiliza métodos
complexos e camuflados para disfarçar a origem ilícita dos fundos,
mantendo um esquema que desafia os mecanismos convencionais de controle e
fiscalização", completou.
Habeas corpus negado
Nesta
quarta-feira (18), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um novo
pedido de habeas corpus para Deolane. O desembargador convocado Otávio
de Almeida Toledo “observou que ainda está pendente na Corte de origem,
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), julgamento definitivo sobre o
afastamento da medida cautelar imposta e, posteriormente, descumprida.
Assim, o STJ não pode, neste momento processual, analisar a questão”,
informou o tribunal, em nota.
Presa no dia 4 de setembro, Deolane
foi liberada da Colônia Penal Feminina do Recife após cinco dias para
cumprir prisão domiciliar, já que é mãe de uma menina de 8 anos. No
entanto, menos de 24 horas depois, a influenciadora teve prisão
preventiva decretada novamente porque descumpriu as medidas cautelares
ao falar com a imprensa sobre o caso e se manifestar nas redes sociais.
Ela está na Colônia Penal Feminina de Buíque, a cerca de 280 quilômetros
do Recife.
DP
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