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quarta-feira, 20 de março de 2024

MOBILIDADE

Empresários sugerem à Raquel criação de vias aéreas para o Metrô do Recife

De acordo com Avelar Loureiro, o objetivo é que a população volte a utilizar o transporte público com a mesma frequência que no passado (Crédito: Divulgação )

Grupo apresenta projeto de transformação pela estadualização do transporte público no Recife

O empresário Avelar Loureiro Filho, presidente do Comitê de Mobilidade Urbana do grupo empresarial Lide-PE (Lideres Empresariais de Pernambuco) terá uma nova reunião com o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, nesta quarta-feira (20). Na ocasião, Avelar vai entregar o projeto do metrô aéreo, uma ideia inovadora para o transporte público da Região Metropolitana do Recife.  

A sugestão proposta pelo grupo é uma integração inédita dos sistemas de ônibus e metrô e a construção de vias aéreas para interligação espacial dos bairros mais populosos do Grande Recife. A ideia é a conexão de bairros populosos como Casa Amarela, Encruzilhada, Afogados, até o Centro do Recife. O modelo de integração dos modais ônibus e metrô já foi criado na cidade de Salvador.
 
De acordo com o projeto de integração, desenhado com a ajuda da técnica aposentada da CBTU Sandra Holanda, o primeiro trecho a ser expandido compreenderia a Avenida Agamenon Magalhães, ligando Joana Bezerra até o Shopping Tacaruna, por cima do canal da via. O segundo trecho ligaria Joana Bezerra até o Shopping Guararapes, no canteiro central da Domingos Ferreira que já existe. Já o terceiro trecho ligaria a Agamenon Magalhães até a estação da Macaxeira, em Casa Amarela, pelo canteiro central da Avenida Norte.
 
O modelo já foi apresentado ao secretário de Planejamento do Estado, que percebeu as vantagens econômicas e sociais. Para o presidente do Comitê de Mobilidade do Lide, os subsídio para as passagens não resolvem o problema da mobilidade. Por exemplo, com um fluxo acima de 250 mil pessoas na Agamenon Magalhães, a integração por um metrô aéreo poderia ser feita por cima do canal, sem a necessidade de fazer desapropriação, o que encareceria a obra.
 
"Em nenhum lugar do mundo o carro vai deixar de existir, o que vai acontecer é que cada vez que você tem mais opções, você vai usar menos o veículo", destacou. "Aqui nós temos a vantagem de já ter os canteiros centrais. Houve um planejamento na década de 1940 que deixou o trabalho pronto, só que ele não evoluiu", concluiu Avelar. 
 
De acordo com Avelar Loureiro, o objetivo é que a população volte a utilizar o transporte público com a mesma frequência que no passado. "A gente já transportou mais de 1 milhão de pessoas por dia no Recife, hoje transportamos 400 mil, 500 mil. Estamos com a metade de passageiros que tínhamos há um tempo atrás", destacou. 

Implantação

Avelar Loureiro avalia que os custos não são elevados considerando que, atualmente, o Governo do Estado paga R$ 360 milhões por ano com subsídios ao sistema de ônibus, sem solução a curto e médio prazo. Nas conversas com o Governo do Estado, o Lide pediu que o Estado custeie os estudos financeiros e econômicos do projeto, reduzindo as incertezas para os investidores da iniciativa privada. "Para você transformar o sistema todo, o custo disso é de 10 bilhões, em 20 anos, e não vai ser o Estado que vai investir. A nossa proposta é que o Governo do Estado banque o projeto que é 1% do custo disso tudo. Em um grau de detalhes que para quem vai investir tenha menos incertezas, sem precisar fazer sondagem porque já existe uma lógica", explicou o presidente do Comitê de Mobilidade do Lide sobre o projeto apresentado.

 ideia é que os ônibus funcionem de forma integrada ao sistema. "Eu tinha um preconceito e achava que o sistema de ônibus era contra isso, eles talvez hoje sejam os mais conscientes de que ou faz isso ou o sistema implode. Porque em última instância eles são transportadores de pessoas", comentou.
  
O empresário também defende que a  privatização do Metrô do Recife não resolveria o problema dos transportes porque o sistema continuaria sem sustentabilidade. Para ele, isso só traria ônus ao Estado, que já não tem receitas. Para ele, caso ocorra a estadualização, com o modelo certo, a iniciativa privada deve entrar e buscar as receitas com a expansão progressiva da integração.
 
A estimativa é que os trechos apresentados como principais possam resolver 70% do problema com 30% do investimento total. "Se a gente começar agora, em dois anos estaríamos com os projetos todos prontos e tratando paralelamente sobre a estadualização do metrô para daqui a uns três anos estar licitando o sistema como um todo. Já transferindo o sistema para o privado e com a incumbência de já fazer as expansões. O investidor não vai querer esse sistema de hoje se ele não tiver mais demanda e só vai ter mais demanda se ele expandir o sistema", ressaltou Avelar.

Por: Thatiany Lucena

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