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segunda-feira, 3 de março de 2025

CARNAVAL 2025

33º Encontro Estadual de Maracatus de Baque Solto, em Olinda, destaca resistência cultural

Evento na Cidade Tabajara reúne 24 grupos, mas enfrenta dificuldades com infraestrutura




A Cidade Tabajara, em Olinda, recebeu nesta segunda-feira (3) o 33º Encontro Estadual dos Maracatus de Baque Solto, reunindo 24 grupos da manifestação cultural tradicional.

Com o apoio do Governo de Pernambuco, o evento contou com a presença de pelo menos seis grupos de Araçoiaba, um de Chã de Alegria, um de Ferreiros, um de Condado, dois de Igarassu, quatro de Tracunhaém, um de Lagoa de Itaenga, um de Carpina e um de Nazaré da Mata.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), ressaltou a importância do evento para a preservação da cultura popular e mencionou os investimentos do estado para o setor.

"O papel do governo de Pernambuco é garantir as nossas memórias e tradições. Esse ano, o Mestre Salustiano completaria 80 anos. A gente tem trabalhado muito para o fomento à cultura. Só este ano, no festival 'Pernambuco, Meu País', durante o carnaval, são mais de R$ 45 milhões investidos", afirmou.

História

Criado em 1990 pelo Mestre Salustiano, o Encontro Estadual dos Maracatus de Baque Solto surgiu como resposta à ameaça de desaparecimento da manifestação cultural. Até os anos 1980, os grupos enfrentavam dificuldades para manter a tradição, devido a conflitos internos e à redução no número de brincantes. Para garantir a continuidade do Maracatu, Mestre Salu fundou a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco (AMBS-PE) e organizou a primeira edição do evento, investindo recursos próprios.

Atualmente, o Encontro é uma das principais celebrações da cultura popular no estado e reúne representantes de diversas regiões de Pernambuco, consolidando-se como um espaço de resistência e valorização do Maracatu de Baque Solto. 

 A prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), não compareceu ao evento devido a uma indisposição.

Falta de estrutura
Apesar da grande mobilização popular e do apoio do Governo de Pernambuco, o evento também sofreu com falta de estrutura básica, como iluminação e banheiros químicos, que, segundo um dos organizadores, deveriam ser fornecidos pela Prefeitura de Olinda. 

De acordo com a organização, liderada por Manoel Salustiano, filho do Mestre Salustiano, a ausência de iluminação na Praça Ilumiara Zumbi e a retirada indevida dos banheiros químicos obrigaram a redução do número de grupos participantes. O evento, que normalmente se estenderia até a noite, precisa ser encerrado antes do pôr do sol.

"O encontro é patrocinado pelo governo estadual. Mas sempre buscamos apoio, em estrutura, da Prefeitura de Olinda. E há alguns anos, eles não mandam esse apoio. Não temos banheiro químico, não temos iluminação, decoração. Pedimos o básico, nós mesmos tivemos que capinar o local. Isso é resistência. Cultura popular é resistência. É a luta de um povo. Um dia a gente vai tocar o coração dessas pessoas, que vão entender que isso é do povo", afirmou Manoel Salustiano.

A própria comunidade se organizou para tentar minimizar os problemas. Moradores montaram tendas para distribuir água aos brincantes, jornalistas e profissionais que trabalhavam no evento.

Resposta da Prefeitura de Olinda

Em nota, a Prefeitura de Olinda esclareceu sobre as ações realizadas. 

"A Prefeitura de Olinda informa que já foi realizada a reposição dos banheiros químicos, que precisaram ser substituídos devido a questões técnicas. A gestão também fez, recentemente, uma ação de limpeza no trecho compreendido entre a PE-15 e a Casa da Rabeca, incluindo a Praça Ilumiara Zumbi."

Por Ricco Viana


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