CPMI amplia investigação e manda polícia intimar ‘Careca do INSS’
Empresário é tratado como peça-chave no esquema de fraudes previdenciárias
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou nesta quinta-feira (4) novas medidas de investigação contra Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e suspeito de ser dos operadores desse escândalo de roubo aos aposentados.
Por solicitação do senador Magno Malta (PL-ES), o colegiado decidiu levantar registros de visitas de Antunes ao Senado desde 2011 e à Câmara dos Deputados a partir de 2015. Também serão analisadas imagens de câmeras de segurança do Congresso.
A decisão complementa medidas já aprovadas em 28 de agosto, quando a comissão autorizou, a pedido do senador Izalci Lucas (PL-DF), a análise das visitas de Antunes ao INSS entre 2019 e 2025. O objetivo é identificar seus contatos, autoridades e setores ligados.
As investigações indicam que Antunes atuava como lobista. Ele teria intermediado credenciamentos de entidades suspeitas e facilitado descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas.
A CPMI ainda aprovou que a Polícia Federal apresente dados sobre viagens internacionais do empresário e detalhes de veículos registrados em seu nome ou apreendidos durante a apuração.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou que pediu à Polícia Legislativa a intimação de Antunes para depor:
“Nós buscamos primeiramente contato com os advogados de defesa, para que eles pudessem marcar, inclusive, o dia que viriam”, afirmou. “Mas, como os advogados também não responderam, a intimação foi enviada por meio policial.”
Segundo Viana, ainda falta a confirmação da entrega do documento. A Polícia Federal aponta Antunes como figura central do esquema, que teria desviado bilhões de reais. A CPMI também aprovou a intimação de Maurício Camisotti, considerado sócio oculto em entidades investigadas.
Juan Araujo
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