Flamengo vence Atlético-MG e fatura o penta da Copa do Brasil
(Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)
Rubro-negro segura o ímpeto do Galo e da Massa na Arena MRV, aproveita chance dourada com Plata e celebra o quinto título do torneio nacional em pleno território adversário
A frieza do Flamengo para suportar a pressão de um Atlético-MG inflamado pela torcida serviu para garantir o pentacampeonato da Copa do Brasil. Na tarde deste domingo (10/11), a Massa Alvinegra incendiou a Arena MRV, embalada sob o mantra do “eu acredito”, mas esbarrou em um adversário calculista e maduro o suficiente para não se intimidar. Em jogo de trocas de comando, o rubro-negro freou o ímpeto do Galo, foi assertivo na hora certa e contou com gol heroico de Plata para vencer por 1 a 0 e soltar o grito de “é, campeão” em terras adversárias.
O sofrimento pareceu controlado ao longo dos 90 minutos, mas não foi fácil desde o início. O clima de pandemônio na final ganhou contornos com a festa pirotécnica realizada pela torcida atleticana na Arena MRV. No momento da entrada dos times em campo, um mosaico 3D com imagens do Galo observando a terceira conquista da Copa do Brasil foi exposto. Aos gritos de “eu acredito” — frase também exposta nas arquibancadas —, fogos de artifício, fumaça e bandeiras nas cores preto e branco tomaram conta do ambiente.
Com bola
rolando, o Fla alternou posturas para construir a vitória. Quando tinha a
bola no pé, assustava. Em outros momentos, o rubro-negro apostou na
frieza diante de uma Arena MRV fervendo para se sobressair. O
Atlético-MG precisava marcar e buscou espaços, mas as principais chances
vieram em chutes de fora da área. O Galo partiu para um tudo ou nada
desde o início da etapa final com substituições para deixar o time
ofensivo, mas errou muito e não aproveitou as chances criadas. Melhor no
jogo, o rubro-negro também pecou em finalizações, mas não perdoou em
uma delas: Plata marcou no fim o gol do pentacampeonato da Copa do
Brasil.
Controle rubro-negro
Mesmo
com dois gols de frente, o Flamengo não mudou a postura de jogo com
marcação alta, troca de passes e “cera” de Rossi. O Galo apostava na
tranquilidade e troca de passes para furar a barreira rubro-negra. A
primeira chance foi carioca: aos dois, Gerson recebeu em profundidade,
mas Everson saiu bem e abafou. O Atlético-MG respondeu duas vezes:
primeiro, Zaracho chutou fraco de fora de área, aos quatro. Com 12, após
algum marasmo, Hulk colocou muito mais força em cobrança de falta e
exigiu boa defesa em dois tempos de Rossi.
Após
suportar o primeiro terço de bola rolando, o Flamengo viu o Galo ficar
mais com a bola. Aos 18, em nova jogada trabalhada, Hulk novamente
exigiu Rossi. O rubro-negro tentava manter a frieza para deixar o tempo
passar e, aos 25, criou a melhor chance. Gerson deu passe de cinema para
Wesley cruzar e Arrascaeta, livre, desviar por cima. A direita era a
melhor opção rubro-negra e, com 27, Wesley criou nova jogada. A pelota
rodou a área e achou Evertton na entrada da área. Bem posicionado,
Everson jogou a finalização para escanteio.
Com
espaço na intermediária, o Atlético-MG via nos chutes de longe uma
alternativa. Aos 30, Arana tentou e errou. Havia, porém, uma dificuldade
de evolução. Mesmo com a bola, o Galo não rompia a defesa rubro-negra.
De tão frio, o Fla quase errou. Com 35, Pulgar saiu mal e Rossi se
recuperou para impedir o gol de Paulinho. A blitz alvinegra se
intensificou nos minutos finais. A pressão, no entanto, se resumiu a
cruzamentos cortados pela sólida defesa rubro-negra. Outra vez
propositivos, os cariocas não finalizaram, mas mantiveram o controle até
o fim do primeiro tempo.
Sem
cerimônia, Gabriel Milito e Filipe Luís alteraram táticas na largada da
etapa final. O Galo voltou com Alan Kardec, enquanto o Fla trocou Gabi
por Bruno Henrique. BH teve a primeira grande chance pós-intervalo. Aos
seis, recebeu lançamento de Rossi e parou em Everson. Empurrado pela
Massa, o alvinegro seguiu com a bola e no ataque. A tática de alçar
bolas na área se manteve. Com mais poder ofensivo, algumas delas foram
desviadas, mas nada capaz de estufar a rede da Arena MRV nos primeiros
15 minutos.
Ameaçado, o Flamengo reforçou a
bola aérea defensiva com a entrada de Fabrício Bruno. Mas a pressão
seguiu. Com 14, Hulk invadiu a área, finalizou e Rossi salvou. Aos 17,
BH teve outra grande chance. Mas, ao tentar cavar, não encobriu Everson.
O rubro-negro desperdiçou outras duas oportunidades de ampliar a
frente. Os cariocas se aproveitavam bem da agonia atleticana e, com a
bola no pé, conseguiam fazer o relógio passar com menor grau de
sofrimento.
Nas
arquibancadas, o som da torcida rubro-negra passou a ser ouvido com
mais clareza com a proximidade do título. Com o Galo ansioso, as chances
do Flamengo prosperaram. Aos 35, Alex Sandro recebeu livre na área, mas
chutou mal e Everson fez milagre. Nada dava certo aos alvinegros. Nem
uma bola quicando na frente do gol. Na sequência, o Flamengo definiu.
Plata recebeu lançamento, puxou contra-ataque e deu toque de categoria
para colocar na rede e garantir o pentacampeonato para o clube da Gávea.
Festa e confusão
O
gol do título do Flamengo acirrou os ânimos na Arena MRV. Enquanto os
rubro-negros em minoria vibravam de um lado, os atleticanos oscilaram
gritos de apoio e ações descabidas. Muitos arremessaram objetos no
gramado, forçando uma paralisação de quase 10 minutos. Com os ânimos
mais calmos, o Galo seguiu em busca dos gols e deixou espaços. Aos 47,
Wesley perdeu outra chance na cara de Everson. O jogo tinha dificuldades
de seguir. Rossi reclamava de bombas e objetivos jogados próximos a
ele.
O Fla ainda teve tempo de novo
contra-ataque. Nesse, Saravia parou Bruno Henrique com falta e, como era
o último homem, acabou expulso. David Luiz cobrou bem e Everson mostrou
elasticidade para buscar no canto. Com o jogo com cara de pelada,
Everson salvou outra de Wesley. Mas nem era preciso marcar outra vez. Se
antes os gritos no estádio eram de "eu acredito", a festa alvinegra
virou rubro-negra e terminou com festa embala pelo "é, campeão" dos
cariocas.
Correio Braziliense
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