Fernando Haddad vai perder batalha pelo IOF
Depois da crise do pix, que causou fortes danos à imagem do Governo, o presidente Lula (PT) corre riscos de sofrer mais um revés se insistir com o aumento de impostos, a começar pelo IOF, Imposto sobre Operações Financeiras. Na última quarta-feira , o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi ao Congresso comunicar aos presidentes do Senado e Câmara que não podia recuar da medida.
Ao ministro, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que seria prudente dar dez dias para que o governo apresente uma alternativa ao aumento do Imposto. O deputado defendeu ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre no debate sobre o tema. Em publicação nas redes sociais, Motta afirmou que, na reunião com Haddad e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na noite de quarta-feira, “ficou combinado” que a equipe econômica terá dez dias para apresentar ao Congresso um “plano alternativo” ao aumento do IOF.
Na visão de Motta, tal plano deve ser duradouro, consistente e “evitar gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação”. Segundo o presidente da Câmara, após o prazo, ele pode decidir se vai ou não alterar a proposta. Motta destacou, em entrevista à imprensa após a reunião de líderes nesta manhã, que, se a proposta não mudar, o Congresso pode sustar a medida com um projeto legislativo. E ressaltou que deixou o cenário claro na reunião de quarta-feira.
Motta afirmou que a equipe econômica é a que tem responsabilidade para discutir alternativas para o aumento do IOF. O deputado também destacou que a Casa quer medidas mais “estruturantes” como alternativa, visando a responsabilidade fiscal. Destacou, por exemplo, o debate sobre isenções fiscais. Segundo Motta, o Brasil está cansado de tantos impostos e “não aguenta mais”. Questionado sobre o Congresso eventualmente sugerir medidas para o governo, Motta afirmou que a equipe econômica é a que tem responsabilidade para discuti-las.
SOLUÇÃO CONSENSUAL
Ainda na entrevista, o presidente da Câmara afirmou que o Congresso quer “construir uma solução com o governo Lula” em torno do aumento do IOF. “O Poder Legislativo não quer colocar fogo no País”, afirmou. Motta disse que a relação da Câmara com Haddad é de respeito e confiança, mas destacou que a sociedade “cobra medidas de cortes de gastos”. O deputado repetiu ser contra “gambiarras tributárias”, pois “afugentam investidores”. Segundo ele, talvez tenha chegado a hora de “colocar o dedo na ferida e ajustar o que não está correto”, mesmo com medidas que possam ser consideradas “impopulares”.
Por Magno Martins
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