GIF Patrocinador

GIF Patrocinador

domingo, 14 de dezembro de 2025

O BRASIL DE LULA E DO PT

Brasil fica entre os 10 países mais violentos do mundo em ranking
Brasil fica entre os 10 países mais violentos do mundo em ranking (Imagem ilustrativa) Foto: Pexels/Vinícius Vieira ft




Levantamento listou 50 nações com os índices mais severos



O Brasil está entre os dez países mais violentos do mundo, de acordo com o Índice de Conflito da instituição Armed Conflict Location & Event Data (Acled), divulgado na última quinta-feira (11).

A Acled é uma organização sem fins lucrativos e independente que monitora, avalia e mapeia dados sobre conflitos e protestos. Ela recebe apoio financeiro do Fundo de Análise de Riscos Complexos da Organização das Nações Unidas (ONU).

O ranking analisa a intensidade dos conflitos em todos os países do mundo com base em quatro indicadores: letalidade, perigo para civis, difusão geográfica e número de grupos armados.

Veja a lista:
1 – Palestina
2 – Mianmar
3 – Síria
4 – México
5 – Nigéria
6 – Equador
7 – Brasil
8 – Haiti
9 – Sudão
10 – Paquistão

O levantamento listou as 50 nações com os níveis de violência mais severos e classifica a situação como extrema, de alta intensidade ou turbulenta. Os dados foram colhidos entre 1º de dezembro de 2024 e 28 de novembro de 2025.

O Brasil aparece na sétima posição, com um conflito classificado como extremo – atrás até da Ucrânia, que enfrenta uma guerra contra a Rússia desde 2022. Segundo o índice, nos últimos doze meses, o Brasil registrou 9.903 eventos de violência política – expressão usada pela Acled para definir o uso da força por um grupo com propósito ou motivação política, social, territorial ou ideológica, incluindo violência contra civis e força excessiva contra manifestantes, por exemplo.

Apesar do resultado negativo, o país caiu uma posição em relação ao levantamento do ano passado. A instituição aponta que a violência de gangues foi um dos fatores que alimentou os conflitos no Brasil.

O mesmo motivo se repete no Haiti, no México e, principalmente, no Equador, que subiu 36 posições em apenas um ano, com mais de 50 grupos armados envolvidos ativamente em atos de violência no período, incluindo quase 40 gangues.

– Mais da metade dessas gangues estiveram envolvidas nos mais de 2,5 mil ataques contra civis – afirmou a Acled.

Praticamente todas as pessoas na Palestina foram expostas à violência, o que fez do território o pior classificado na lista.

– A Palestina também apresenta o conflito geograficamente mais difuso, o que significa que a Acled registra altos níveis de violência em quase 70% da [Faixa de] Gaza e da Cisjordânia – disse a organização.

Em letalidade, a região só perde para a Ucrânia e o Sudão. Em segundo lugar no ranking geral está Mianmar, seguido por Síria, México e Nigéria.

No geral, os conflitos se mantiveram em níveis estáveis nos últimos 12 meses, com 204.605 eventos registrados no período, contra 208.219 eventos no levantamento anterior.

– Esses eventos violentos resultaram – em uma estimativa conservadora – em mais de 240 mil mortes – apontou a Acled.

O ranking é feito com base em dados coletados quase em tempo real pela organização, em mais de 240 países e territórios, ao longo dos 12 meses anteriores à análise.

A Acled também listou 10 países e regiões que, segundo suas projeções, enfrentarão conflitos armados, instabilidade política e emergências humanitárias em 2026. Entre eles estão a América Latina e o Caribe, devido à crescente pressão dos Estados Unidos na região, o que pode alimentar uma maior militarização da segurança e da violência no ano que vem.

*Com informações AE

DO LADO CERTO

“Nada está acabado”, diz Eduardo após retirada da Magnitsky

Eduardo Bolsonaro Foto: Reprodução/YouTube Eduardo Bolsonaro



Deputado afirmou que sua "maior preocupação é estar do lado certo"



Neste sábado (13), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a se pronunciar sobre a decisão dos Estados Unidos de retirarem as sanções que haviam sido impostas via Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em postagem no X, ele esclareceu que ao citar a “sociedade brasileira” em sua nota anterior, ele se referia às pessoas que o acusam de ter articulado punições contra magistrado no estrangeiro para obter capital político, não aos brasileiros como um todo.

– Por isso em minha nota critiquei os jogadores que estão em campo ao citar “sociedade brasileira” e os canalhas de plantão, com interesses políticos pessoais, correram para dizer que eu estava criticando todos os brasileiros, na tentativa de jogá-los contra mim. Qualquer um honesto intelectualmente percebeu que a crítica era para pessoas mesquinhas, que não conseguem olhar para além do próprio umbigo. Mas se a carapuça serviu, paciência… – adicionou.

Ao concluir, o congressista demonstrou estar confiante de que conseguirá superar os últimos reveses.

– No mais, só digo que nada está acabado, haverá mais capítulos desta história e minha maior preocupação é estar do lado certo, ombreado de homens que sabem o que é e fazem o justo. Que Deus nos ilumine abençoe, pois é assim que NÓS VENCEREMOS! – finalizou.

ATENTADO NOS ESTADOS UNIDOS

Atentado a tiros mata 2 e fere 9 na Universidade de Brown em Rhode Island, EUA

Viatras policiais foram mobilizadas, mas nada se sabe sobre prisão de suspeitos - Foto: reprod redes sociais.

Polícia pede ajuda a pessoas que tenham imagens de suspeitos doncrime


A universidade informou que os mortos eram estudantes e que ninguém foi preso e pediu que as pessoas no campus devem permanecer em local seguro, segundo o prefeito da cidade de Providence, Brett Smiley.

Também não há notícia de apreensão de armas e nem mesmo os calibres daquelas que foram utilizadas no atentado.

Vítimas em estado grave foram levadas ao Rhode Island Hospital, mas estão estáveis, de acordo com informações oficiais divulgadas no início da noite.

O campus emitiu um alerta às 16h22, no horário local, instruindo os alunos e funcionários a se esconderem.

A polícia solicitou que moradores da região que enviem eventuais gravações de câmeras de segurança, a fim de auxiliar nas investigações.

APOSTAS NO BRASIL

Bets: Brasil já tem o equivalente a uma Las Vegas em número de apostadores


Recém-lançada pelo centro de estudos do Núcleo de Informações do Comitê Gestor da Internet no Brasil, a pesquisa TIC.BR 2025 revela que um em cada cinco brasileiros com mais de 10 anos fez apostas on-line nos últimos três meses: 14% das mulheres e 25% dos homens. É muito? É uma Las Vegas, ou até mais do que uma Las Vegas.

O documento oficial que analisou os resultados da pesquisa fala em 30 milhões de apostadores, talvez porque use dados do Censo 2022 para fazer a projeção. Façamos uma média dos dois resultados: dá 32,5 milhões de apostadores nos últimos três meses.

Em 2023, a meca do jogo nos Estados Unidos recebeu 41 milhões de visitantes. Segundo pesquisas locais, 78% dos turistas apostam enquanto estão em Las Vegas. Isso significa que 32 milhões de turistas apostam em Las Vegas por ano.

Isso é assustador se a gente levar em conta que Las Vegas é a capital dos cassinos há 80 anos e o jogo on-line no Brasil foi liberado pelo governo Temer em 2018, mas só foi regulamentado faz três anos. É praticamente um surto porque tem crescimento explosivo, tem uma prevalência exagerada, e tem impacto social negativo: endividamento crônico, lavagem de dinheiro, corrupção de jogadores de futebol, mecanismo para golpes on-line, aumento de casos de transtorno do jogo, envolvimento do crime organizado.

E essa pesquisa TIC.BR é confiável?

É uma das melhores pesquisas que existe. Ela tem uma amostra nacional de quase 25 mil entrevistas. Ou seja, é mais de dez vezes maior do que as melhores pesquisas eleitorais. A coleta é feita face a face, na casa dos entrevistados, pelo Ipsos-Ipec. Tem uma longa série histórica anual e metodologia comprovada. A equipe do NIC.BR, que faz a análise, é super confiável e competente.

O perfil dos apostadores brasileiros

Os apostadores online no Brasil são majoritariamente homens, jovens, urbanos, com escolaridade e renda acima da média. A prevalência é maior nas classes mais altas e entre pessoas ocupadas, contrariando a ideia de que o fenômeno se concentra entre os mais pobres.

Há fortes diferenças regionais e de modalidade — com destaque para estados de fronteira, grandes regiões metropolitanas e para o peso das Bets e dos cassinos on-line. Os recortes por renda, gênero, escolaridade e região, com números detalhados, são discutidos no podcast A Hora Extra.

E qual o resumo da pesquisa?

Crescimento explosivo da prevalência de apostadores: uma Las Vegas em quantidade de apostadores em 10% do tempo; Atinge principalmente jovens; Cassinos on-line e Bets são as formas preferidas dos jogadores; Atinge proporcionalmente mais a classe A, mas pega também pobres.

Esse crescimento explosivo está associado a efeitos deletérios para a saúde mental e financeira de um grande número de pessoas jovens, contamina o futebol, e facilita a lavagem de dinheiro ilícito e aumentar o alcance do crime organizado. De quebra, aumenta a arrecadação do estado. Mas vale a pena? A conta não fecha. Os gastos com saúde, danos econômicos e financeiros não compensam a mordida do Leão.

 Por José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

Do UOL

CIDADÃO DE EXU

Deputado Antônio Moraes recebe título de cidadão de Exu durante homenagem a Luiz Gonzaga


O deputado estadual Antônio Moraes (PP) foi agraciado hoje (13) com o título de cidadão do município de Exu, concedido a partir de projeto do vereador Roberto Bento. Fã declarado do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o deputado recebeu a homenagem durante as comemorações dos 113 anos de nascimento do artista.

O deputado destinou diversas emendas ao Parque Asa Branca, museu dedicado à história de Luiz Gonzaga. Neste ano, os recursos viabilizaram a pavimentação do estacionamento do memorial. Moraes também é autor da lei, aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, que inscreveu o nome do artista no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco. “Luiz Gonzaga é o que a gente pode chamar de embaixador nordestino no Brasil e no mundo. É tão importante que, mesmo depois de morto, cada vez mais a música dele se mostra mais viva. Basta vir aqui em Exu para sentir o clima de festa”, afirmou Moraes.

Pela manhã, o deputado participou de solenidade de hasteamento da bandeira de Pernambuco e da apresentação de vários sanfoneiros e grupos de forró que foram prestar homenagem ao maior ídolo da música popular nordestina. À noite, shows estão previstos para homenagear o Rei do Baião, como Alcymar Monteiro, Dorgival Dantas, Mastruz com Leite, Waldonys e João Gomes. Neste domingo (14), Antônio Moraes também participa da tradicional missa em homenagem a Gonzagão, sempre realizada sob o pé de juazeiro no Parque Asa Branca.

Por Magno Martins

DELAÇÃO CONTRA ALCOLUMBRE

Detalhes de uma delação inflamável



O Amapá celebrou os últimos dias de 2024 com uma programação que incluiu shows de astros da música como João Gomes, Alceu Valença, Pablo do Arrocha, Alok e a maior estrela, Roberto Carlos. Em um texto de divulgação, o governo do Estado celebrou o próprio governador, Clécio Luís, do Solidariedade, e o senador Davi Alcolumbre (União-AP). Dizia: “O trabalho sério e com responsabilidade de divulgação do Amapá feito pelo governador Clécio, com apoio do senador Davi, vem chamando a atenção da iniciativa privada e garantindo investidores para os eventos”. Não há detalhes de como o parlamentar, que não tem nenhum cargo no governo do Amapá, participou dos preparativos.

Uma versão muito menos congratulatória está detalhada em uma proposta de colaboração premiada apresentada à Procuradoria-Geral da República. Os candidatos a delator são dois investigados em fraudes bilionárias no setor de combustíveis: o empresário Roberto Leme — conhecido como Beto Louco, controlador da Copape, fabricante de gasolina — e seu sócio Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”. A dupla propõe revelar como abasteceu boa parte do panteão do Congresso Nacional com dezenas de milhões de reais em troca de influência, entre 2021 e 2025, com destaque para Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e Antonio Rueda, presidente do União Brasil.

No episódio dos shows em Macapá, Beto Louco conta que desembolsou 2,5 milhões de reais, a pedido de Davi Alcolumbre, para bancar o show de Roberto Carlos. A piauí apurou que a proposta de delação diz que a tratativa foi realizada no dia 20 de dezembro de 2024, em reunião presencial no gabinete do senador, em Brasília. O dinheiro, afirma a proposta de delação, era a forma encontrada por Beto Louco para tentar reverter uma decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que havia proibido a Copape de produzir combustível, sua principal atividade. O empresário reclamou que o fechamento fora resultado de “perseguição regulatória” e pediu ajuda.

Na conversa, Beto Louco lembrou que o senador tinha meios de pressionar por uma reversão. Afinal, naquele mês de dezembro, o governo Lula havia indicado dois nomes para integrar a diretoria da ANP. E os nomes seriam submetidos a uma sabatina no Senado, momento em que Alcolumbre podia exercer sua influência.

De acordo com o relato entregue à PGR, Alcolumbre sinalizou disposição para ajudar. Em dado momento da reunião, ainda segundo o documento, o senador mudou de assunto e contou que ele próprio estava com um problemão de outra natureza. Com a desistência de um patrocinador, estava faltando dinheiro bancar os custos do show de Roberto Carlos, já anunciado pela prefeitura de Macapá. Faltavam precisamente 2,5 milhões de reais.

Segundo a proposta de delação, Beto Louco concordou em pagar o valor, e o senador pediu que a transferência fosse feita por intermédio de um contato chamado “Cleverson”.

Segundo os documentos apresentados à PGR, o intermediário enviou os dados de duas contas bancárias para o depósito de duas parcelas, cada uma no valor de 1,25 milhão. Uma conta era da CINQ Capital Instituição de Pagamentos, no Banco do Brasil. A outra era da QIX Transportes Logística Ltda, na Sicredi.

Conforme o combinado, as duas transferências foram realizadas por uma empresa da dupla na véspera do show do Rei, que aconteceu no dia 28 de dezembro. A piauí teve acesso ao número de contato de “Cleverson”. O DDD é do Ceará e o dono do número chama-se Kleryston Pontes Silveira, um empresário do ramo musical de Fortaleza, que trabalha para nomes como Xand Avião, Zé Vaqueiro, Nattan e Mari Fernandez. Roberto Carlos não está entre seus agenciados.

Ainda segundo o material de posse da PGR, Beto Louco ligou para Alcolumbre para avisar que os depósitos haviam sido feitos. A ligação estava falhando, mas logo o senador respondeu com uma mensagem: “Tamo junto sempre!”. Em seguida, o senador emendou uma outra mensagem com o desenho de um gesto de prece seguido de um “Muito obrigado!”.

Procurado pela piauí, Alcolumbre respondeu por meio de sua assessoria que “não mantém relação comercial ou empresarial com os citados”. Sua nota diz o seguinte:

“As empresas mencionadas [refere-se à QINC e à QIX] nunca patrocinaram o Réveillon do Amapá nem qualquer evento articulado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O senador não mantém relação comercial ou empresarial com os citados.

É fato público que o presidente Davi sempre buscou, de forma institucional, correta e transparente, apoio de empresas para iniciativas que fortalecem a cultura e geram empregos no Amapá — como a Expofeira, o Carnaval e o Réveillon. Em 2024, o senador solicitou a várias empresas e instituições apoio para fomentar o evento, entre elas a Febraban e o Banco do Brasil.

Como senador do Amapá, Davi Alcolumbre atua diariamente em todas as pautas estratégicas para o estado. Recebe dezenas de pessoas por dia em seus compromissos, sempre dentro da legalidade, e continuará fazendo isso porque o desenvolvimento do Amapá é a sua bandeira.

O presidente do Senado repudia de forma categórica qualquer tentativa de associá-lo a atos ilícitos, denuncia a distorção dos fatos e reafirma seu compromisso inegociável com a lei e com a verdade.”

A nota deixou sem resposta parte das perguntas enviadas pela piauí. O senador não confirmou nem negou que houve uma reunião em seu gabinete no dia 20 de dezembro de 2024. Tampouco informa se o senador solicitou ou não apoio financeiro aos dois empresários sob investigação. Não respondeu se conhece os empresários, nem as circunstâncias que os conheceu. Não fala sobre “Cleverson”, nem sobre Kleryston Pontes Silveira. Por fim, nada disse sobre as mensagens “Tamo junto sempre!” e “Muito obrigado!”.

A defesa de Beto Louco e de Mohamad Mourad afirma que “não se manifestará a respeito da existência ou não de quaisquer tratativas de acordo, sobretudo porque, se existirem, devem tramitar sob o mais absoluto sigilo”. Na mesma resposta, nega as suspeitas de investigadores de que os dois empresários têm ligação com o PCC. Os advogados dos empresários nas negociações com a PGR são diferentes dos advogados que representam eles nas ações penais.

Procurado pela piauí, o empresário Kleryston Pontes Silveira diz que conhece o senador Alcolumbre apenas de forma profissional: “Dos eventos que meus artistas já fizeram no Amapá.” Sobre o show de Roberto Carlos, ele nega ter tido qualquer ingerência. Indagado se conversou com Beto Louco e se encaminhou a ele seus dados bancários, conforme consta em documentos enviados à PGR, ele não respondeu. No festival de Réveillon de 2026, o cantor Nattan, agenciado por ele, está confirmado para cantar em Macapá.

Os dois nomes indicados pelo governo para integrar a ANP foram sabatinados e confirmados: Artur Watt Neto, indicado pelo senador Otto Alencar, do PSD-BA, e Pietro Mendes, indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD-MG.

De acordo com a proposta de delação de Beto Louco, o escambo entre favores e propinas em Brasília tornou-se mais frequente em 2024, principalmente depois do fim de julho, quando a ANP proibiu a Copape de atuar na produção de combustível. Para tentar reverter a decisão da ANP, Beto Louco e Mohamad Mourad passaram a fazer viagens à capital federal, acionando contatos antigos e novos. Em troca, eles afirmam ter bancado demandas pessoais e despesas de autoridades do Congresso. Gastaram, por exemplo, 150 mil reais em canetas de Mounjaro, medicamento para controle de diabetes e perda de peso, entregues a Alcolumbre dias depois da decisão da ANP, conforme revelou o portal UOL.

Eles também afirmam que, ao longo de quatro anos, repassaram dezenas de milhões de reais a políticos em troca de interferências diversas em benefício de seus negócios. Na proposta de delação, segundo a piauí apurou, eles dizem que uma parte dos pagamentos se deu em dinheiro vivo, retirado em um escritório em São Paulo, onde intermediários de senadores, deputados e dirigentes partidários apareciam para buscar malas de dinheiro. Outra parte saiu por meio de empresas ligadas ao Copape (Antonio Rueda não respondeu às perguntas enviadas pela piauí).

Beto Louco e Mohamad Mourad procuraram o Ministério Público Federal em setembro, depois que viraram alvos de duas ruidosas investigações criminais do país — a Operação Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo, e a Operação Tank, da Polícia Federal no Paraná, ambas deflagradas no mesmo dia 28 de agosto de 2025. As investigações desmantelaram esquemas de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro envolvendo escritórios e fundos da Faria Lima, o centro financeiro de São Paulo e do país. A dupla fugiu do país na véspera das operações policiais. A fuga aconteceu exatamente oito meses depois dos festejos em Macapá.

Semanas depois, a proposta de colaboração premiada foi rejeitada pela PGR. Procurada pela piauí, a procuradoria disse que “não comenta eventuais discussões ou confirma a existência de tratativas”, em razão do sigilo imposto pela lei que trata de colaborações premiadas. Em conversas reservadas, interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contam que o material entregue pela Copape não apresentou “materialidade suficiente”.

As delações viraram mania nacional durante a Lava Jato e, desde então, exibiram tanto suas qualidades como seus defeitos. A qualidade fundamental é que um delator – sempre um envolvido diretamente no esquema que denuncia – é uma das formas mais eficientes para se obter informações internas de uma organização criminosa. O defeito é que, em busca dos benefícios da delação, nem sempre o denunciante conta a verdade, ou conta tudo. Para isso, no entanto, existe a investigação policial, cujo objetivo é exatamente comprovar (ou não) os crimes denunciados pelo delator.

Há outro problema que, no entanto, não é inerente às delações. Trata-se da divulgação do conteúdo de uma delação como se fosse expressão da verdade. E há casos em que, depois de submetida ao crivo das autoridades, a delação não se mostra tão comprometedora quanto parecia à primeira vista. Ou seja: crimes são denunciados, criam um ambiente de punitivismo generalizado e, depois, não são comprovados. Ou pior: comprova-se que o delator exagerou na denúncia. Neste sentido, o cuidado da PGR em aceitar a delação de Beto Louco é bem-vindo. Será uma lástima, porém, se a delação for rejeitada mesmo tendo elementos consistentes e passíveis de apuração.

Depois da rejeição da proposta de delação pela PGR, Beto Louco e Mohamad Mourad enviaram informações complementares à sugestão inicial, e ainda aguardam uma nova análise da procuradoria. Cabe ao procurador-geral Paulo Gonet decidir se quer investigar o que os empresários estão dispostos a revelar, em meio à forte pressão política para abafar o caso.

Gonet foi indicado pelo presidente Lula para um segundo mandato como procurador-geral, no dia 27 de agosto, um dia antes da deflagração das operações Carbono Oculto e Tank. Alcolumbre segurou a sabatina e a votação para validar o nome de Gonet no Senado até o dia 12 de novembro, quando, de acordo com as informações obtidas pela piauí, a PGR já havia rejeitado a primeira proposta de colaboração premiada que o tinha como alvo. A aprovação do nome de Gonet foi a mais apertada desde a redemocratização, com placar de 26 votos contrários e 45 favoráveis, apenas quatro a mais que o necessário (o mínimo são 41).

A proposta de delação surge num contexto institucional delicado. Cabe ao presidente do Senado — hoje, Davi Alcolumbre — decidir sobre a admissibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal, algo que Alcolumbre sempre se recusou a fazer. O tema ganhou nova tensão dias atrás, quando o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar restringindo à PGR a legitimidade para apresentar pedidos desse tipo, sob o argumento de evitar o uso político do instrumento. A decisão veio no momento em que diferentes operações — Carbono Oculto, Refit e a investigação sobre o Banco Master — colocaram integrantes da cúpula do Congresso sob pressão, além das investigações sobre emendas parlamentares. Não há indicação de relação direta entre esses episódios, mas o acúmulo de frentes sensíveis coincide com a cautela na PGR sobre a delação de Beto Louco e Mohamad Primo.

A lei não obriga o Ministério Público a aceitar qualquer colaboração. O órgão pode recusar acordos considerados irrelevantes, frágeis ou repetitivos. Nos últimos anos, o STF endureceu a fiscalização sobre delações “vazias” e benefícios excessivos.

Procurado pela piauí, o governo do Estado diz que “o Réveillon do Amapá foi realizado pelo Instituto Acender [Iseap] e contou com patrocínio da Cervejaria Império, do Banco do Brasil e da Febraban, além do apoio do Sesc (Fecomércio/Senac) e do Ministério do Turismo. Os patrocinadores foram responsáveis pela contratação, negociação e pagamento dos cachês dos artistas”.

A resposta reforça que os cachês de artistas não estão contemplados nos 3,46 milhões de reais do orçamento do evento (cerca de metade dos cofres estaduais e a outra de emendas parlamentares). O governo do Estado não informou o valor total dos pagamentos dos artistas, quais foram os pagantes e quem cuidou das contratações.

Os shows de João Gomes e Alok costumam custar na casa de 1 milhão de reais cada (fora os custos indiretos de estrutura). O de Roberto Carlos varia entre entre 1,5 e 2 milhões de reais.

Procurado, o empresário do Rei informou desconhecer que Davi Alcolumbre tenha intermediado o pagamento de cachês e alegou que, por razões contratuais, não iria informar o valor cobrado para a realização do show em Macapá.

Em sua nota à piauí, o governo defende que o “Réveillon 2025 movimentou 211 milhões de reais na economia local, com a atração de 32 mil turistas, sendo 13.959 viajantes internacionais. A ocupação da rede hoteleira no período foi de 97%”.

O mesmo comunicado oficial saiu em defesa de Alcolumbre. “O senador Davi Alcolumbre é um dos principais promotores do desenvolvimento do Estado e, de forma contínua, um dos incentivadores dos eventos que integram o calendário turístico do Amapá, por meio de apoio institucional”, afirma, em resposta ao que dizem Beto Louco e Mourad, que consideram as alegadas trocas de favores e milhões coisas muito grandes para esquecer.

 Por Breno Pires, João Batista Jr e Arthur Guimarães

Da Revista Piauí

OLINDA NO RIO DE JANEIRO

Tradição do Carnaval de Olinda ganha exposição no Rio de Janeiro

Tradição dos Juliōes na produção de máscaras de Olinda chega ao Rio - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Até 25 de fevereiro, mostra "Entre Máscaras e Gigantes: Os Juliões do Carnaval de Olinda" será apresentada no Museu de Folclore Edison Carneiro, na Zona Sul do Rio



O artesão Mateus Vitor Santos Vilela, de 27 anos, é a quarta geração que mantém viva a tradição da arte popular de produzir máscaras em Olinda, Pernambuco.

A primeira e mais conhecida é a La Ursa. Tudo começou com seu bisavô Julião Vilela, artesão nascido na cidade no final do século 19, que dá nome ao Bazar Artístico de Julião das Máscaras, onde as peças são criadas. Depois dele, veio o filho João Dias Vilela, o neto João Dias Vilela Filho e o bisneto Mateus.

Na terceira geração, João Dias Vilela Filho aprendeu o ofício vendo o pai trabalhar para sustentar a família. O interesse em fazer o mesmo trabalho se manifestou cedo, quando tinha 12 anos de idade.

O único dos cinco irmãos que seguiu a tradição do artesanato foi chamado em uma ocasião para substituir o pai que tinha ficado doente, como professor de artes plásticas em escolas municipais de Olinda.

Aquele momento resultou em uma carteira assinada e a sequência na profissão até a aposentadoria, sem, no entanto, deixar de lado as outras atividades.

“Nada no mundo é fácil, tem que insistir. Tem muita gente que no meio do caminho desiste, mas se atreve porque tem que ter dedicação total. Já levei muito puxão de orelha para fazer. Meu pai falava ‘não está certo, mas você faz melhor' e assim eu comecei a aprender”, lembra João em entrevista à Agência Brasil.

“Se você disser a um menino que aquilo ali está feio, ele vai para casa e não volta mais. Tem que dizer que ele faz melhor”, ensina João, que, aos 65 anos, diz que tem muita paciência para transmitir o seu conhecimento às pessoas interessadas.

 Máscaras

As máscaras feitas em papel machê, com uma mistura de papel e goma de mandioca, chamam a atenção de moradores e visitantes de Olinda e fazem parte da cultura do carnaval da cidade, que atrai grande quantidade de turistas e lota as ruas.

Durante o período, muitos deles compram as peças para participar dos diversos desfiles de troças, maracatus e blocos, que também têm como atração característica os bonecos gigantes.

O de maior destaque é o Homem da Meia-Noite. Ele passa pelas ruas justamente no sábado neste horário e no domingo e é responsável pela entrega da chave do carnaval de Olinda para que a Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense faça a abertura dos festejos

Mostra

Agora, a arte das máscaras pode ser admirada no Rio de Janeiro até o dia 25 de fevereiro de 2026, na exposição Entre Máscaras e Gigantes: Os Juliões do Carnaval de Olinda.

A nova mostra do programa Sala do Artista Popular (SAP) foi instalada no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan), que fica no Museu de Folclore Edison Carneiro, no Catete, Zona Sul do Rio.

“É muito importante para a gente porque vemos a nossa cultura ultrapassar as fronteiras. A gente produz e faz [máscaras] há mais de 100 anos, desde o meu bisavô, meu avô, meu pai e hoje em dia comigo”, diz, orgulhoso, Mateus, em entrevista à Agência Brasil.

‘Isso é um orgulho muito grande de as pessoas reconhecerem a gente como artistas. A cultura não pode cair. Agradeço muito às pessoas que compram. Gosto do que eu faço. Quando a gente gosta do que faz, vai abraçar o mundo todo”, afirma o pai de Mateus.

A valorização do trabalho já superou fronteiras. Mateus conta que a família já enviou máscaras para vários lugares do mundo, mas é a primeira vez que faz uma exposição fora de Pernambuco.

“A gente vê como oportunidade também de as pessoas conhecerem a cultura de Pernambuco que vem crescendo cada vez mais, principalmente, referente a La Ursa, que hoje é um símbolo do carnaval pernambucano.”

O interesse na La Ursa extrapolou o carnaval. Atualmente ela é usada em decoração, é nome de restaurante, é acervo de museus e aparece até no filme O Agente Secreto, de Kleber Mendonça, protagonizado por Wagner Moura, que vem recebendo prêmios mundo afora.

“La Ursa hoje virou quase uma entidade própria. Está presente em restaurantes, blocos, roupas e adereços. Em Pernambuco, se vê La Ursa desde uma propaganda até uma camisa de uma pessoa”, completa.

A vivência e o amor ao carnaval impulsionam a continuidade da tradição de produzir máscaras.

“A gente gosta de carnaval. Eu brinco, meu pai também, isso impulsiona muito a gente a fazer. É um legado. Tem gente que compra as máscaras desde pequeno e fala para a gente ‘meu pai comprava com seu avô', gente que de anos vem comprando com a gente.”

Mateus lembra que no começo o bisavô fazia as máscaras características da época que eram de Pierrot e Colombina até que o seu avô começou a fazer os bonecos gigantes de Olinda, que atualmente têm uma produção menor.

"Os bonecos de Olinda eram feitos pelo meu avô, fez o Homem da Meia-Noite, a primeira feminina, que foi a Mulher do Dia”, conta, ao concordar que os bonecos são muito característicos de Olinda.

“É uma coisa que entra no sangue da gente que a gente não deixa de atender e cada vez mais aperfeiçoando para sair melhor."

Segundo o neto da tradição dos Juliōes, a produção segue durante o ano todo, porque recebem muitas encomendas, principalmente a máscara da La Ursa, mas tem também as de animais e personagens tradicionais.

“Tem pessoas que vêm para comprar no carnaval, mas tem também para comprar no ano todo. A gente também participa de feiras como a Fenearte [Feira Nacional de Negócios de Artesanato] de Olinda. A gente tem todo tipo de demanda, tem de rosto, de cabeça e para a decoração.”

João Dias Vilela Filho e o filho Mateus vieram para o Rio para a abertura da exposição na quinta-feira (11). Empolgados com o legado recebido de Julião, gostam de dividir o conhecimento.

Eles participaram de oficinas para ensinar como as máscaras são produzidas. Ao todo estão expostas mais de 100 peças, parte em exibição e o restante no Espaço de Comercialização. Os valores estão entre R$ 100 e R$ 250.

Entre as várias máscaras expostas, a mostra apresenta um panorama em fotos e vídeo, mostrando o processo de criação, com as etapas de trabalho da casa/ateliê de João Dias Vilela Filho, em Varadouro, que fica próximo do Bazar Artístico de Julião das Máscaras, em Olinda.

As imagens que integram a mostra e o catálogo foram registradas pela premiada fotógrafa Mirielle Batista Misael.

Para a autora da pesquisa e do texto do catálogo da exposição, a antropóloga Raquel Dias Teixeira, conforme indicou no conteúdo de divulgação da mostra, os visitantes terão “acesso a um universo simbólico carnavalesco profundamente enraizado na cultura popular pernambucana”.

Ainda de acordo com a antropóloga, essa arte vai além de moldar rostos e memórias do imaginário popular.

“Mais que objetos festivos, essas máscaras, ao habitar diferentes lugares e contextos, também expressam vínculos de parentesco, convivência e território, perpetuando um saber que une trabalho, brincadeira e invenção”, aponta Raquel no conteúdo.

O catálogo traz a história da família de Julião nesta arte, que tem como característica, grandes cabeças para fantasias carnavalescas, mas também mamulengos, brinquedos de madeira entre outros objetos de artesanato. Na sua trajetória a família chegou a produzir mais de 50 bonecos gigantes.

Por Agência Brasil

DIA NACIONAL DO FORRÓ

Documentário destaca o papel das mulheres na consolidação do gênero musical

Com mais de 600 composições escritas, a pernambucana Anastácia é uma autoras mais importantes da história do forró. (Nando Chiappetta/Arquivo DP)

O documentário "A História das Mulheres no Forró" já está disponível no Youtube e conta a trajetória de forrozeiras,como Anastácia, Terezinha do Acordeon, Tereza Accioly e Rita de Cássia.


Luiz Gonzaga já vivia fora de Exu há mais de dez anos, quando gravou o seu primeiro compacto em 1941 com músicas instrumentais como “Vira e Mexe” e “Véspera de São João”. O projeto de tocar o Nordeste estava claro, mas a princípio encontrou resistência entre os produtores do Rio de Janeiro, onde o Mestre Lua já estava radicado na época. Com persistência, o sanfoneiro conseguiu emplacar a cultura nordestina na Era de Ouro da rádio e, dentro de alguns anos, tornou-se o maior fenômeno pop da época.

Em 1950, o sanfoneiro já era conhecido como o “Rei do Baião”, sendo fundamental para a consolidação do forró enquanto gênero musical. Por isso, neste sábado (13), quando é comemorado o aniversário de Gonzaga, convencionou-se celebrar também o Dia Nacional do Forró. Porém, a data serve não só para reverenciar o pernambucano, como também para lembrar de outros nomes fundamentais para o estilo.

É o que faz o documentário “A História das Mulheres no Forró”, disponível no Youtube e realizado pelo pesquisador Igor Marques, que comanda a página Igoarias Musicais. Motivado pelo desejo de reverter o apagamento das referências femininas no forró, Marques traz à tona o papel de diversas mulheres que contribuíram para a construção do gênero musical, sendo até mesmo pioneiras no segmento.

Um dos casos ilustrados pelo material é o da recifense Stefana de Macêdo, que gravou a canção “Estrela D’Alva” em um compacto de 7 polegadas em 1930, dando origem ao primeiro registro de uma música rotulada como “baião”. Além de ter feito o trabalho onze anos antes de Gonzaga lançar seu primeiro compacto, a cantora também rompeu com o canto lírico e teria ajudado a formatar o canto popular, com sotaque pernambucano, ainda incomum para o mercado fonográfico da época.

Outro exemplo curioso é o da japonesa Ikuta Keiko, que foi a primeira a internacionalizar o forró com interpretações em japonês de “Baião de Dois” e “Paraíba”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, em gravações de 1951. Dos primórdios da cena até os dias de hoje, o documentário engloba quase cem anos de produções femininas, destacando mais de 110 nomes.

O recorte chega até a sanfoneira Karol Maciel, a estrela do piseiro Talita Mel e a cantora Joyce Alane, que despontam na cena contemporânea. Outros nomes consolidados há mais tempo também ganham espaço, como Terezinha do Acordeon e Tereza Accioly, que hoje é presidente da Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-Serra e figura-chave na preservação do gênero.

Compositoras relevantes, como Anastácia, também são ressaltadas pelo documentário. A pernambucana tem mais de 600 composições já gravadas, várias delas, como “Eu só quero um Xodó”, em parceria com Dominguinhos, tornaram-se clássicos da música brasileira. A lista segue com a paraibana Cecéu, que compôs para nomes como Luiz Gonzaga, Gal Costa, Alcione, Trio Nordestino e Ivete Sangalo; Glória Gadelha, parceira de Sivuca em “Feira de Mangaio” e em tantas outras canções; e a cearense Rita de Cássia, que emplacou vários dos maiores sucessos da Mastruz com Leite e demais bandas do forró eletrônico dos anos 1990.

“Uma história de resiliência, né? São muitas décadas de história delas alargando as poucas brechas do mercado para as gerações seguintes”, comenta Marques. O pesquisador também destaca a atuação de Dona Joana Alves para a transformação do forró em Patrimônio Cultural pelo Iphan, depois de décadas capitaneando formações em políticas públicas para o gênero musical.

Camila Estephania

MOTORISTA DENUNCIADO

MPPE denuncia por homicídio motorista alcoolizado que atropelou e matou trabalhador em Boa Viagem

Acidente em Boa Viagem matou montador (Foto: Reprodução/Instagram)

Gabriel Graciliano Guerra Barretto de Queiroz, de 19 anos, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado


O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou, nessa sexta-feira (12), o motorista que atropelou e matou um trabalhador em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no final de novembro, por homicídio duplamente qualificado. O condutor, Gabriel Graciliano Guerra Barretto de Queiroz, de 19 anos, confessou que ingeriu bebida alcoólica. Ele está preso preventivamente no Centro de Observação e Triagem Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.

Segundo a perícia, o acusado conduzia o carro acima de 170 km/h em uma via bloqueada e sinalizada devido à montagem de uma feira. Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que o carro de Gabriel atinge a estrutura onde Alex Nunes Viana Bezerra, de 25 anos, trabalhava. Ele morreu no local.

Na denúncia, a promotoria solicita que Gabriel continue preso, seja submetido ao Tribunal do Júri, tenha sua carteira de motorista suspensa e seja inapto a voltar a dirigir. Além disso, requer R$ 1 milhão em danos morais para a mãe de Alex e que ela receba pensão até os 70 anos.

Para o promotor Bruno Miquelão Gottardi, que assina a denúncia, Gabriel “ingeriu, de forma livre e consciente, grande quantidade de álcool em curto período de tempo, o que aumentou drasticamente a previsibilidade do crime que seria praticado”.

De acordo com o MPPE, Gabriel possuía carteira provisória para dirigir e, também, mostrou “indiferença e desprezo pela vida alheia” após o crime. “A indiferença do denunciado após a causação do resultado apenas reforça o dolo eventual no presente caso, embora fosse despicienda, ante as demais circunstâncias configuradoras do dolo”, diz a denúncia.

Além da morte de Alex, Gabriel é acusado de ter ferido outras duas pessoas. Um outro trabalhador que não foi atingido por ter conseguido se esquivar do carro, e um mototaxista que “teve ferimentos no braço esquerdo e perna esquerda, bem como avarias na motocicleta”, segundo a promotoria. Por conta disso, Gabriel é denunciado por homicídio por três vezes, sendo um consumado e duas tentado.

A promotoria solicita, por fim, a permanência de Gabriel na prisão. De acordo com o MPPE, “a frieza e a ausência de remorso atestadas pelas testemunhas após o fato são elementos concretos que demonstram a periculosidade social do agente e a probabilidade de reiteração criminosa, justificando a prisão como forma de acautelar o meio social e evitar a banalização da vida”.

DP