Governo do estado prevê investimento total de
R$ 30 bilhões para universalização do acesso à água e esgoto até 2033
em Pernambuco

Projeto apresentado pelo Governo do estado prevê a concessão parcial dos serviços de distribuição e esgotamento sanitário, com investimento previsto de R,9 bilhões, que atualmente é feito pela Compesa Por: Thatiany Lucena
O Governo de Pernambuco anunciou, nesta terça-feira (17), um
conjunto de projetos que prevê o investimento total de R$ 30 bilhões
para a universalização dos serviços de abastecimento de água e acesso ao
esgoto até 2033 em Pernambuco. Entre os destaques apresentados no
estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) está a concessão parcial da Compesa para a distribuição e
esgotamento. Já os serviços de tratamento e armazenamento continuarão
sendo realizados pela estatal.
O
levantamento mostra que, atualmente, 87% dos pernambucanos têm acesso à
cobertura de rede de água tratada. Ou seja, cerca de 1,8 milhões de
pernambucanos não têm acesso ao abastecimento de água e apenas 34% têm
acesso a esgoto.
Como forma de
unir esforços à iniciativa privada e traçar estratégias para cumprir a
meta prevista no Marco Legal do Saneamento, criada pela Lei Federal
14.026/2020), que estabeleceu metas de universalização dos serviços de
saneamento e abastecimento até 2033, o estudo estima que Pernambuco já
encara um desafio estimado em mais de R$ 30 bilhões. Nesse grupo, o
maior investimento é de R,9 bilhões para a concessão dos serviços de
distribuição e esgotamento sanitário (exceto RMR). Desse valor, R$ 8,1
bilhões serão para o abastecimento de água e R$ 10,8 bilhões para o
serviço de esgotamento sanitário.
Entre
os outros investimentos que já vêm sendo realizados no estado, estão o
de R$ 5,8 bilhões no Cidade Saneada (Esgoto RMR); R$ 3,5 bilhões no
saneamento rural e R$ 6 bilhões para as principais obras de produção e
segurança hídrica.
O
projeto de concessão está atualmente em processo de consulta pública
até o dia 7 de fevereiro, que pode ser realizada por meio do site da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento.
Em seguida, passará por novos debates com os municípios e, com a
aprovação, o processo de licitação deve ocorrer entre junho e julho de
2025.
Atualmente, dos 184 municípios do estado, 172 são
atendidos pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e 12 são
atendidos pelos seus SAAEs (Serviços Autônomos de Água e Esgoto), além
de Fernando de Noronha. Com o projeto do governo estadual, os municípios
poderão aderir ao projeto de concessão.
Para
isso, esses municípios serão atendidos em duas Microrregiões de Água e
Esgoto (MRAE), a do Sertão, que engloba 24 municípios, com 700 mil de
habitantes e RMR–Pajeú, com 7,09 milhões de habitantes, que abrange 160
cidades do Grande Recife, Zona da Mata, Agreste, parte do Sertão e
Fernando de Noronha, para a realização das licitações.
O
secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Ciliro, a
iniciativa chega como forma fortalecer o reforço no abastecimento de
água e falta de serviço de tratamento de esgoto, questões que ainda
afetam parte da vida dos pernambucanos. “No modelo pernambucano, como em
alguns outros estados, nós temos as atribuições que cabem às
microrregiões, Região do Sertão e a microrregião do restante do estado,
que vem desde o Sertão do Pajeú até o litoral. Esse colegiado é
responsável, segundo a legislação pernambucana, pela concessão desses
serviços para o estado ou delegação do serviços para o estado ou para um
entre privado”, apontou o secretário. Ele reforçou ainda que o estado
sozinho não seria capaz de levantar esses recursos para atingir essa
meta até 2033.
Com relação à
fiscalização, inclusive das tarifas, o secretário apontou que ela será
realizada pela Arpe. “Nesse modelo, a Arpe vai ser fortalecida,
robustecida, porque assim como ela regula o serviço de água e esgoto da
Compesa hoje, ela vai regular mais serviços e para entes diversos. Ela
que vai acompanhar os aumentos de tarifas, que é claro é sempre uma
preocupação do cidadão e tem que ser uma preocupação do governo de
promover a tarifa justa, que cabe no bolso das pessoas. Por isso que a
gente já partiu antecipando uma redução da tarifa para aquelas pessoas
mais vulneráveis socialmente e assim conseguir executar essas missões
com o cidadão pagando menos do que ele paga hoje”, destaca Almir.
O
secretário de Projetos Estratégicos, Rodrigo Ribeiro apontou a
importância da cobertura de água com regularidade. “90% de cobertura
para esgotamento sanitário e o índice de perdas de água, que é uma meta
também importante, a gente pretende reduzir de 48% para 25%. Com a
redução das perdas em água, a gente consegue também ter um impacto
significativo na regularidade do abastecimento", detalha.
O
secretário reforçou ainda o papel da estatal nesse planejamento. “A
Compesa permanece forte e atuante na produção e tratamento com
investimentos fortíssimos, a exemplo recentemente da governadora ter
lançado do programa Águas de Pernambuco, que já traz um volume de
aproximadamente R$ 6 bilhões de esforço público para garantir a
universalização até 2033”, disse.
Por: Thatiany Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário