moradora de mais recente prédio interditado em Paulista deixou Conjunto Beira-Mar há 2 anos
Eunice Guerra, de 44 anos, precisou deixar o Edifício Primavera, em Paulista, nesta terça-feira (13), por conta de risco de desabamento
Dois anos após ser obrigada a deixar seu apartamento, no Conjunto Beira-Mar, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, por questões estruturais, Eunice Deise, de 44 anos, enfrenta o mesmo drama.
Moradora do Edifício Primavera, localizado na mesma cidade, a dona de casa terá que desocupar um imóvel mais uma vez, após nova interdição emitida pela Defesa Civil do município, na última segunda-feira (12).
"Eu morava no Conjunto Beira-Mar, que foi interditado anos atrás. Não esperava passar por esse problema novamente. Eles vieram aqui e classificaram como risco 3, falando que a qualquer momento podia desabar", afirmou.
O prédio citado por Eunice foi o que desabou no dia 7 de julho de 2023, no Conjunto Beira-Mar, no bairro do Janga, em Paulista. Um dos blocos foi completamente ao chão. O outro, parcialmente. O desastre deixou 14 mortos e sete feridos.
Já a nova residência da dona de casa, o Edifício Primavera, apresentou histórico de comprometimento estrutural. Ele tem, ao todo, seis apartamentos e três pavimentos. A construção fica ao lado do Edifício Carajás, que também foi interditado na última sexta-feira (9). Os dois se encaixam na modalidade de prédios-caixão e têm mais de 40 anos de construção.
"É uma situação muito triste. Estou aqui com meu marido e com minha filha, de 19 anos, que está me ajudando a embalar nossas coisas para procurarmos outro lugar. Ainda hoje pretendo sair daqui, e eles [da Defesa Civil] falaram que não era nem para termos dormido aqui. Foi muito difícil pensar nisso a noite toda”, relatou.
Problema crônico
Edifícios-caixão não possuem colunas e nem vigas. Foram construídos em forma de "parede sobre parede", sem sustentação. O histórico nos mostra que, de 1977 até 2023, houve um total de 18 desabamentos de imóveis desse tipo em Pernambuco, resultando em 54 vítimas fatais.
A última estrutura de prédio-caixão que ruiu no estado foi a do Edifício Kátia Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na última terça-feira (6). Não houve vítimas.
Por Portal Folha de Pernambuco
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