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sexta-feira, 25 de julho de 2025

CONDENAÇÃO

Recife: homem que matou ex-namorada é condenado a 29 anos e 8 meses de prisão

Júri popular aconteceu no Fórum Thomaz de Aquino - Foto: Cortesia

Corpo de júri entendeu crime foi cometido com dolo intenso, uma vez que a vítima sofreu golpes de faca



“Quem ama, não mata. Quem ama cuida, protege e é provedor do lar”, foi com estas palavras que o juiz Abner Apolinário leu a sentença de Jorge Bezerra da Silva, de 32 anos, que foi condenado por 29 anos e 8 anos de prisão em regime fechado por matar a ex-namorada a facadas, em janeiro de 2022.

Ele ainda teve os direitos políticos suspensos e terá que pagar dez salários mínimos à família da mulher, para reparação dos danos causados.

O crime aconteceu na frente da filha do casal, que tinha dez meses à época. A vítima foi a cabeleireira Priscila Monique Laurindo, de 28 anos. A sessão do júri aconteceu na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, do Fórum Thomaz de Aquino, no Centro do Recife, nesta sexta-feira (25).

Além do Ministério Público, defesa e acusação, foram ouvidos a mãe, o padrasto e duas irmãs da vítima, além do pai do acusado. Esses depoimentos foram feitos na condição de informantes, por terem, em algum momento, proximidade com as partes. Outras três testemunhas próximas ao casal também foram ouvidas.

“Varonilismo é sinônimo de machismo é sentimento sórdido que os irracionais não têm. Entende ainda este magistrado que o feminicídio é 'cultura' que dilacera direitos, reduz a mulher ao nada humano, coisificando-a como troféu abominável do machismo [...] O femicídio neste país, seja na sua modalidade consumada ou tentada, não é mais uma epidemia, mas uma pandemia”, disse o juiz, ao ler a sentença. 

Por “estar em desvantagem e não saber se comportar”, conforme disse, o magistrado pediu para que os policiais trouxessem o acusado de volta ao plenário para ouvir a sentença. Ele havia sido colocado para fora por proferir gritos e ameaças enquanto Apolinário lia a sentença. Mesmo sendo recolocado à sala, ele continuou revoltado.

“Eu estou aqui porque fiz concurso e não tenho medo de ninguém e nem de você”, respondeu o juiz.

Após a afirmativa do magistrado, o réu perguntou: “Só isso? Ainda tem a irmã dela que eu vou mandar matar” e Abner respondeu: “Como é que o mundo produziu uma criatura como você?”, ordenando novamente a retirada dele.

Posteriormente, o juiz Abner Apolinário decladou: “Valha-me Jesus! Está encerrada a sessão”.

Por Thalis Araújo

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