Sem visto, Dino acusa Trump de ‘sequestro econômico’
Ministro do STF diz que "coação externa" busca influenciar decisões sobre Bolsonaro
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) cujo visto de entrada nos Estados Unidos também foi cancelado por decisão da Secretaria de Estado do governo Donaldo Trump, criticou a tentativa de ingerência de governos estrangeiros sobre decisões judiciais brasileiras, qualificando o episódio como uma forma inédita de “sequestro da economia de uma nação”. Ele alertou que esse tipo de pressão configura algo sem precedentes na ordem constitucional mundial.
Durante o voto na Primeira Turma do STF, Dino apoiou a manutenção das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e proibição de contato com autoridades estrangeiras. Segundo o ministro, essas ações representam “coação inédita” sobre o Judiciário brasileiro.
O ministro responsabilizou diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, argumentando que a medida serviria como retaliação política e condicionamento ao arquivamento do processo penal contra Bolsonaro. Dino declarou que isso equivaleria a exigir um “resgate” ao STF para encerrar o caso.
Flávio Dino afirmou ainda que cidadãos brasileiros que participam dessas tentativas de coação estariam trilhando um caminho que se aproxima da “traição à pátria”. Ele defendeu que a independência do Judiciário é um direito fundamental do povo brasileiro, que não pode ser subordinado a interesses externos.
O julgamento segue na Primeira Turma da Corte, que deve referendar ou não a decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes. Até agora, o STF mantém as restrições a Bolsonaro, enquanto Flávio Dino reafirma que as pressões econômicas externas não podem interferir na atuação institucional da Justiça brasileira.
Pedro Taquari

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