PSOL pede prisão de Eduardo Bolsonaro após tarifa de Trump
Deputado é acusado de agir contra a soberania nacional ao influenciar tarifa de 50% imposta por presidente americano
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) protocolou, em 10 de julho de 2025, uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), pleiteando a abertura de investigação criminal e a decretação da prisão preventiva do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O partido argumenta que Eduardo Bolsonaro teria atuado pessoalmente em articulações no exterior para promover sanções econômicas contra o Brasil, influenciando parlamentares norte-americanos e incentivando o então presidente Donald Trump a impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, medida prevista para entrar em vigor em 1o de agosto de 2025.
Na petição à PGR, o PSOL sustenta que Eduardo cometeu crimes previstos na nova Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito, como atentado à soberania nacional, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação a um golpe de Estado.
Parlamentares ao pedido de prisão, a líder do partido na Câmara, deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), defende a abertura de processo de cassação do mandato de Eduardo no Conselho de Ética, com apoio de outras lideranças. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando bloqueio de bens, contas bancárias, perfis em redes sociais e doações associadas ao deputado, argumentando que ele estaria incentivando diretamente as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.
Paula Coradi, presidente nacional do PSOL, declarou ser inaceitável que um parlamentar “fuja do Brasil para conspirar contra o próprio país”. Já Lindbergh Farias (PT), líder do partido na Câmara, criticou:
“Um deputado conspirando contra o Brasil é inadmissível, é uma vergonha”.
A solicitação do PSOL ocorre no mesmo contexto em que o ex-presidente americano Donald Trump anunciou um aumento tarifário de 50% sobre produtos brasileiros, como retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro, acusado de tentar reverter o resultado da eleição de 2022. O governo brasileiro, liderado por Lula, reagiu com duras críticas e anunciou que deverá aplicar medidas de reciprocidade arancelaria caso a imposição se concretize em agosto.
Pedro Taquari

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