Messias pressiona Senado e tenta adiar sabatina em meio a residências
Movimento do chefe da AGU sugere insegurança sobre número de votos
Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga aberta no STF com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, intensificou esta semana um verdadeiro “body-check” pelos gabinetes de parlamentares, mas não parece suficiente para garantis os 41 votos necessários ã sua aprovação.
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) tem visitado senadores de diferentes partidos (tanto da base governista quanto de oposição) em busca de apoio à sua nomeação, iniciativa conhecida como “beija-mão”
Ele mesmo afirmou considerar o Senado como sua “segunda casa” e se disse disposto a dialogar com todos os parlamentares, sem escolher lados.
A dificuldade para Messias esbarraria diretamente em Davi Alcolumbre, presidente do Senado, alvo de queixas públicas do AGU por ter evitado recebê-lo desde a indicação.
Alcolumbre, por sua vez, acabou marcando a sabatina para o dia 10 de dezembro, numa agenda considerada exígua por aliados do governo, com 81 senadores e apenas dias disponíveis, a missão de conversar com todos antes da votação é vista como um desafio extremo.
Diante do impasse (nome já publicado no Diário Oficial da União (DOU), mas sem envio da mensagem formal de indicação ao Congresso) há hoje a possibilidade de que a sabatina seja remarcada.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar, admitiu que o cronograma pode ser suspenso até que a mensagem seja recebida.
Embora o presidente do Senado e o líder da CCJ tenham anunciado o calendário, a ausência da formalização pelo Palácio do Planalto torna o processo, por ora, apenas “provável”.
É um trâmite essencial para que a apreciação ocorra.
Mesmo diante do clima de tensão, Messias optou por uma mensagem pública conciliatória, ele declarou manter “admiração e apreço” por Alcolumbre, ressaltando que deseja submeter-se com “respeito e transparência” ao escrutínio do Senado.
Nas suas falas aos senadores, destacou que sua trajetória profissional e seu comprometimento com a institucionalidade devem ser apresentados sem preconceitos ou divisões partidárias.
Pedro Taquari

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