“Todos os políticos, principalmente os de viés católico, fazem questão de visitar a festa, acreditando que a presença surtirá efeito eleitoral. Com o desabamento no Santuário, a briga se trava justamente em torno de quem teve o maior cabedal para ajudar na recuperação”, analisou.
A gestora tucana prometeu reconstruir o templo antes da realização da 120ª edição da Festa da Imaculada Conceição do Morro – e cumpriu – enquanto o socialista investiu R$ 400 mil em estrutura, logística e atrações culturais.
Com suas contribuições atestadas e as declarações de agradecimento postas competitivamente na Estrada, ambos os gestores devem marcar presença na festa.
Participação
Católico declarado, João Campos sobe o Morro desde criança – antes, acompanhado de seu pai, o ex-governador Eduardo Campos. Sua primeira ação de campanha eleitoral neste ano, ainda na madrugada do primeiro dia da disputa, foi fazer a peregrinação. De acordo com a assessoria do prefeito, ele participa das atividades da festa no domingo (8).
Apesar de não ter divulgado sua agenda, a governadora certamente deve prestigiar o evento no domingo. Também católica, Lyra passou a se familiarizar mais com o Morro depois que assumiu o executivo.
Estado laico
Por mais que o envolvimento do Estado e da Prefeitura tenha beneficiado a população e uma manifestação religiosa e cultural do município, o cientista político Hely Ferreira analisa que o clima de ‘guerra fria’ entre os gestores criado no Morro da Conceição pode acabar ferindo a laicidade do Estado.
“Na hora que o poder público ajuda financeiramente, qualquer entidade religiosa quando tiver algum problema vai querer também receber apoio público. Já que o estado é laico, não se pode beneficiar nenhum credo religioso. Nesse aspecto, a disputa eleitoral em Pernambuco já vem sendo antecipada há bastante tempo. E, lamentavelmente, a religião também tem tido essa participação”, avaliou.
Por Guilherme Anjos
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