Quatro pessoas são indiciadas por homicídio pela tragédia do Santuário do Morro da Conceição; saiba quem são

Eles vão responder por dois homicídios com dolo eventual, quando assume o risco de causar a morte da vítima
A Polícia Civil de Pernambuco apresentou, na manhã desta
quarta-feira (11), o resultado final do inquérito sobre as causas do
desabamento do teto do Santuário do Morro da Conceição.
Foram
indiciados proprietário da Sun Brasil, empresa que instalou as placas
solares, e mais três funcionários. Eles vão responder por dois
homicídios com dolo eventual, quando assume o risco de causar a morte da
vítima, e por quatro lesões corporais de natureza leve, referente ao
número de sobreviventes que formalizaram denúncia.
Com
mais de 500 páginas, o inquérito policial conclui que a Sun Brasil foi
responsável pelo desabamento do teto por não ter feito a vistoria
necessária para a implantação de 120 placas solares, cada uma com 31
quilos, no Santuário. Ao todo, a estrutura representou peso extra de 3,7
toneladas.
Segundo o delegado
Rafael Duarte, da Delegacia de Vasco da Gama, na Zona Oeste do Recife,
os chumbadores internos estavam oxidados e não foram devidamente
vistoriados pela empresa. O problema não seria detectável a olho nu, de
acordo com o policial.
“Legalmente
falando, não há nenhuma legislação que obrigue [as empresas de
instalação de placas solares] a terem um engenheiro antes de instalarem
essas placas. Porém, qualquer um que tenha um conhecimento técnico
suficiente para colocar essas placas sabe que é necessário”, disse.
O
laudo do desabamento mostra que a estrutura metálica, que sustentava a
coberta, estava danificada. Mesmo com instalação de manta asfáltica, os
parafusos estavam enferrujados e apresentavam deformações acidentais, o
que provocaria perda de aderência.
De
acordo com o delegado, antes da instalação dos painéis solares, a Sun
Brasil enviou um funcionário para fazer algumas “perguntas simples sobre
o local aos próprios contratantes, como, por exemplo, se havia algum
problema”. Como os problemas estruturais eram internos, a igreja assinou
o contrato de serviço e a instalação foi feita.
Para
a investigação, o risco de causar a tragédia teria sido assumido pela
empresa ao instalar a estrutura extra sem realizar análise técnica
previamente. “Ele agiu com indiferença. Como se a culpa fosse do
contratante, o que resulta no dolo eventual”, explicou o delegado.
Questionado
se o teto teria desabado sem o peso das placas solares, o Gestor do
Instituto de Criminalística, Rogério Dantas, respondeu que não saberia
afirmar com alguma certeza, sendo necessário uma avaliação ao longo do
tempo.
Por: Mareu Araújo
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