Já o índice de desaprovação, em trajetória de alta entre as mulheres desde julho de 2024, passou de 44% para 47% neste último mês. Outro grupo que ajuda a explicar a queda na aprovação do presidente em janeiro é o eleitorado mais pobre, com renda mensal de até dois salários-mínimos. Nesta faixa, 56% disseram aprovar o governo neste mês; em dezembro, eram 63%.
A pesquisa também constatou que a atuação do governo Lula na crise do Pix teve repercussão amplamente negativa entre os entrevistados. A controvérsia, que terminou em recuo do governo no início deste mês, teve início na publicação de um ato normativo da Receita Federal que estipulou novas regras para a coleta de informações de transações financeiras junto a instituições bancárias.
A oposição ao governo Lula aproveitou a menção específica ao monitoramento de transações via Pix para aventar a hipótese de que o governo passaria a taxar essa modalidade, embora essa previsão não constasse na norma da Receita. Impactado com a repercussão do discurso, o governo inicialmente tentou defender a resolução, mas optou posteriormente por revogá-la.
O levantamento da Quaest indica que a avaliação do governo Lula teve mudanças bastante distintas entre eleitores petistas e entre o grupo que diz ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. De acordo com a pesquisa, a desaprovação de Lula entre os eleitores de Bolsonaro, que era de 80% em dezembro, passou a 88% neste mês. Já a aprovação recuou na mesma medida, de 18% para 10%.
LADEIRA ABAIXO
Nos 12 levantamentos sobre a avaliação do governo Lula realizados periodicamente pela Quaest desde fevereiro de 2023, essa foi a primeira vez em que o percentual de desaprovação superou o de aprovação. Segundo a pesquisa, os grupos em que o balanço é mais desfavorável ao presidente são os evangélicos, onde 59% desaprovam o governo e 37% aprovam; e os autodeclarados brancos, entre os quais 60% dizem reprovar a atual gestão, contra 38% que afirmam aprová-la.

Só os lulistas aprovam
Entre os eleitores de Lula, a situação foi inversa: a aprovação oscilou positivamente de 77% para 81%, ao passo que a desaprovação, que era de 22% em dezembro, passou para 17% neste mês. Entre os que votaram em branco ou anularam no segundo turno de 2022, a desaprovação a Lula registra viés de alta desde outubro do ano passado, quando era de 46%. Agora, aparece em 55%. Já a aprovação ao governo neste grupo, que era de 49% há cerca de três meses, hoje está em 38%.
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