PMs são presos por cobrar taxas e extorquir comerciantes no Grande Recife
Em julho do ano passado, os acusados chegaram a ser presos temporariamente durante uma operação da Polícia Civil
Um grupo de policiais militares e ex-agentes foi preso preventivamente por determinação da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Seis PMs, entre eles um policial reformado e ex-vereador, são acusados de formarem milícia privada em Abreu e Lima, no Grande Recife.
Em julho do ano passado, os acusados chegaram a ser presos temporariamente durante uma operação da Polícia Civil. Na época, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a prisão preventiva, que foi negada pela Vara Criminal de Abreu e Lima. O órgão recorreu, e, por unanimidade, os desembargadores da 2ª Câmara Criminal acolheram o recurso e decretaram a prisão dos réus.
Na decisão, os magistrados destacaram que as extorsões continuaram mesmo após a primeira prisão, com redistribuição de funções dentro do grupo e maior coação à população. “Isso corrobora com o decreto de prisão preventiva como medida de proteção à ordem pública”, afirma o texto.
O esquema
Segundo relatório do Grupo de Operações Especiais (GOE), a organização criminosa começou a ser investigada em 2023. De acordo com as denúncias, o grupo cobrava “taxas de proteção” que variavam entre R$ 40 e R$ 50 por semana aos comerciantes da região. Aqueles que se recusavam a pagar eram ameaçados de ter os estabelecimentos saqueados. O esquema teria mais de uma década de atuação no município.
Conforme relatório do GOE, a milícia seria encabeçada pelo policial militar da reserva e ex-vereador de Abreu e Lima Rostand Cavalcanti Belém. Ele é acusado de praticar “rachadinhas” na Câmara de Vereadores do município, durante os anos de 2013 a 2020, quando foi parlamentar e, segundo uma das testemunhas ouvidas pelo GOE, seria o responsável por receber os pagamentos dos comerciantes.
Mareu Araújo

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