Haddad não convence
Diante da situação constrangedora diante do Congresso, agravada pelo fato de não conseguir emplacar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recuou e anunciou, ontem, ter um plano alternativo, que passa por reformas estruturais e a revisão de supersalários de servidores públicos.
Segundo ele, serão corrigidas outras distorções do sistema financeiro para abrir espaço para calibragem do decreto do IOF. O ministro disse que o ajuste será uma expansão da correção dos desequilíbrios existentes hoje, dos tributos que dizem respeito às finanças, mas não quis adiantar o que será feito.
Na semana passada, Hugo Motta estabeleceu o prazo de dez dias para que o governo apresentasse alternativas ao decreto. Haddad disse, no entanto, que já havia dito que não precisava de todo esse prazo e que tinha ficado acordado de se fechar uma solução até amanhã, antes da viagem do presidente Lula. Haddad disse ainda que todo o ano é preciso fazer ajustes pontuais para preparar a peça orçamentária do ano seguinte.
Ressaltou que conversou com Lula e o presidente das duas Casas sobre duas alternativas: a primeira, com uma medida regulatória, resolver um problema de forma paliativa para cumprir as metas do ano. A segunda, que interessa mais a Fazenda, voltar para as reformas estruturais o que, afirma, ajuda com a nota com as agências de risco, o ganho de prestígio e a volta dos investimentos.
“O decreto é para resolver um problema pontual, distorções pontuais, mas se nós ficarmos de decreto em decreto, não vamos fazer o que o país precisa para apontar um horizonte de médio e longo prazo de sustentabilidade. Os três presidentes, portanto, da República, da Câmara e do Senado concluíram que vale a pena esta semana, antes da viagem do presidente à França, se debruçar sobre essas questões e tomar uma decisão. Então, para nós, o fato de o presidente embarcar amanhã à noite significa que nós temos hoje e amanhã, em sintonia com as Casas, porque nós já sabemos exatamente o que está na mesa, é definir qual vai ser o recorte que vai ser feito dessas medidas e apresentar para os três presidentes”, afirmou.
SOLUÇÃO PARA JÁ
O ministro da Fazenda disse acreditar que esta semana possa resolver e melhorar tanto a regulação do IOF, quanto questões estruturais. “Quer dizer, não dá para dissociar mais uma coisa da outra. Você quer alterar o curto prazo? Altera o longo prazo junto. Porque aí você faz uma combinação que dá para o investidor, para o cidadão, para o trabalhador um horizonte das regras do jogo daqui para frente. Com previsibilidade, com transparência e com discussão sobre a justiça das medidas – afirmou.
- Por Magno Martins
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