A eleição mais difícil de todos os tempos
A eleição para deputado federal de Pernambuco em 2026 será a mais difícil de todos os tempos. Os 25 parlamentares que hoje estão exercendo mandatos e devem buscar a reeleição enfrentarão pelo menos mais 25 nomes competitivos do Estado que hoje estão sem mandato federal.
No cenário posto, Pernambuco coleciona diversas opções não apenas viáveis, mas muito competitivas para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Detalhe: são quadros dos campos progressista, conservador e de centro.
Significa que essas 25 pessoas, hoje sem mandatos federais, disputarão necessariamente uma vaga? Não. Nem todas estarão dispostas a entrar na disputa, mas são 25 nomes competitivos que, dependendo da conjuntura do ano que vem, podem lançar seus projetos com chances reais de vitória.
Pelo lado progressista, mais ligados ao PSB do prefeito João Campos, podem ser citados o ex-governador Paulo Câmara (embora com relação distante com João atualmente); o ex-gestor da Sudene, Danilo Cabral (PSB); o ex-deputado Gonzaga Patriota (PSB); os ex-secretários estaduais Milton Coelho e Tadeu Alencar (que estão na gestão do presidente Lula, do PT); e a ex-deputada Marília Arraes (SD). São seis nomes viáveis, independentemente de planejarem esse futuro ou não.
Mais alinhadas à pauta ideológica de esquerda e especuladas como possíveis candidatas a deputadas federais estão a deputada estadual Rosa Amorim e as vereadoras Liana Cirne e Kari Santos, todas do PT. São mais três nomes competitivos, que disputam votos de opinião e são radicalmente contrários ao bolsonarismo.
No campo oposto, abraçados ao conservadorismo, há o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL); o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL); e a ex-vereadora Michele Collins (PP). São outras três opções competitivas, que visam os votos bolsonaristas e evangélicos.
Apoiados pela governadora Raquel Lyra (PSD), Pernambuco também poderá contar com candidaturas de mais quatro nomes viáveis: o ministro da Pesca, André de Paula (PSD); o secretário estadual de Mobilidade, André Teixeira (PSD); o secretário de Meio Ambiente, Daniel Coelho (PSD); e a própria vice-governadora, Priscila Krause.
Na lista de prefeitos, ex-prefeitos e pessoas ligadas a ex-gestores municipais de cidades estratégicas, são cogitados seis nomes para uma vaga na Câmara dos Deputados: o prefeito de Toritama, Edilson Tavares (PP); o prefeito de São Caetano, Josafá Almeida (PRD); a ex-prefeita de Ipojuca, Célia Sales; o ex-prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel (UB); e os caruaruenses Wolney Queiroz (PDT) e Toninho Rodrigues (MDB), filhos dos ex-prefeitos José Queiroz e Tony Gel, respectivamente.
Há ainda outros três quadros competitivos: o presidente estadual do MDB, Raul Henry; o senador Fernando Dueire (MDB), que pode desistir do Senado e buscar à Câmara; e Gabriel Porto (PSDB), filho do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto (PSDB).
Estrutura e cenário
Com tantas opções de nomes viáveis à Câmara Federal em Pernambuco, alguns fatores serão decisivos para vencer a disputa, sendo o principal a estrutura que os partidos oferecerão aos postulantes. Mas há também a definição do cenário mais próximo da eleição: é preciso observar como estarão posicionados os principais candidatos ao Poder Executivo (hoje polarizados entre Raquel Lyra e João Campos) e a influência da polarização nacional entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Menos vagas
A disputa poderá ficar ainda mais acirrada se Pernambuco realmente perder uma das 25 vagas na Câmara, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Congresso Nacional revise o tamanho das bancadas de cada Estado, com base no censo de 2022. O Congresso aprovou o aumento do número de deputados, mas o presidente Lula vetou a proposta. Ainda não se sabe se o Congresso vai derrubar o veto.
Quociente eleitoral
Dessa forma, além de mais adversários, os atuais deputados federais enfrentarão o aumento do quociente eleitoral. O cálculo é feito a partir do número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras. Em 2022, os partidos precisaram de 199.574 votos para obter uma vaga na Câmara. Com um deputado a menos e o mesmo número de eleitores, as legendas elegeriam um deputado com 207.889 votos, ou seja, oito mil a mais.
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog

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