Galípolo e Alexandre Padilha receberam empresa suspeita de crimes com PCC
Presidente do Conselho da Reag é suspeito de operar lavagem de dinheiro para facção
Um dos representantes da firma investigada que teve o prestígio de ser atendido pelos altos agentes públicos foi João Carlos Falpo Mansur, presidente do Conselho de Administração da Reag Investimentos. Ele é suspeito de estruturar e administrar fundos de investimento usados pelo empresário Mohamad Hussein Mourad, principal alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada ontem (28) contra um esquema bilionário com o PCC e empresas de São Paulo.
Mansur foi recebido pelo presidente do Banco Central no último dia 11 de agosto. E é citado nas investigações do Ministério Público de São Paulo como responsável por “dinâmicas fraudulentas” envolvendo fundos de investimentos (Anna, Hans 95 e Mabruk II) e a BK Instituição de Pagamento, para Mourad, que é dono da refinaria Copape, também alvos de suspeita de lavagem de dinheiro para o PCC.
O objetivo oficial da reunião de Galípolo com o investigado que fundou e comanda o conselho gestor da Reag foi “contribuir com propostas/sugestões para o processo decisório da Administração pública referente a: Estratégia de governo e/ou política pública”. E ocorreu entre 16h30 e 17h30.
Mas é parte das atribuições de Galípolo receber integrantes do mercado financeiro listados na bolsa de valores de São Paulo (B3), com a dimensão da Reag. A empresa suspeita afirma ter R$ 299 bilhões sob sua gestão e figura como a principal gestora de investimentos não ligada a bancos do Brasil.

Lula e o ministro Alexandre Padilha (Saúde)
Relações institucionais de Lula
A Reag Investimentos também esteve na agenda pública de trabalho do atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na época em que o petista chefiou a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. O encontro ocorreu na manhã do dia 14 de novembro do ano passado, tendo como representantes da empresa suspeita Manoel Damasceno e Lina Xu, identificados como sócios do escritório da Reag Investimentos na China.
A importância do contexto do encontro em que a Reag estava inserida é evidenciada pelos demais participantes: o presidente da Mineração Chinesa – Associação Mineração da China, Zeng Zhirong; o presidente da empresa portuária na China com foco na América Latina, a Sinolac Group, Yuan Lie.
Ao site Metrópoles, que revelou as informações confirmadas pelo Diário do Poder, Padilha alegou que a reunião era uma preparação para o que seria tratado sobre mineração, na vinda do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil.
“A reunião com a Associação de Mineração da China, devidamente registrada no e-Agendas, integra uma série de encontros do governo federal com instituições chinesas no marco da vinda do presidente Xi Jiping ao Brasil em novembro de 2024”, disse o ministro, à coluna de Andreza Matais.
Também há registros de representantes da Reag reunidos com o Ministério dos Transportes e com o Desenvolvimento Agrário. Além de reuniões da empresa investigada com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Davi Soares

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