Em janeiro, Pernambuco e mais nove estados registraram saldo negativo na geração de emprego no país
Saldo de empregos no país apresentou queda de 20,7%, em comparação a janeiro de 2024, quando foram gerados 180.395 postosEm janeiro deste ano, o Brasil foi responsável pela criação de 137.303 postos de empregos formais. Durante o mês, dez estados tiveram redução, entre eles Pernambuco, que teve saldo negativo de 5.230 vagas celetistas. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o professor de economia e finanças da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luiz Maia, o alto número de demissões, neste mês, é reflexo, em sua maioria, da sazonalidade que ocorre em função dos desligamentos de contratações temporárias no setor do comércio.
No mês anterior, o Brasil foi responsável pela geração de 137.303 postos de empregos formais, resultado de 2.271.611 admissões e 2.134.308 desligamentos. De acordo com Luiz Maia, além do fator temporal, outro aspecto que também impacta negativamente na geração de empregos é o desânimo causado pelas altas taxas de juros no país. “A taxa de juros vêm subindo ao longo de todo o segundo semestre do ano passado. Embora alguns setores, como a construção, tenham resistido, com a geração líquida positiva de vagas, algo que surpreende porque o setor é muito dependente dos juros. Mas, no comércio, os juros batem muito forte. A taxa de juros realmente afeta a disposição das pessoas a fazerem gastos maiores”, disse.
ENCARECIMENTO DOS PRODUTOS
O professor destaca ainda outro fator que reflete também impacta nesses resultados, o encarecimento de produtos que são importantes na cesta do consumo das famílias. “A inflação tira poder de compra do trabalhador, com isso o carrinho de compra fica mais enxuto. As pessoas vão adiando as compras que podem fazer e com isso o comércio começa a dar sinal de que não está vendendo a mesma quantidade, então começa a ajustar a sua folha de pagamentos”, afirma. De acordo com ele, esse processo é lento e ocorre de forma mais atrasada em relação aos sinais da economia, pois os empresários ainda relutam em demitir.
Em janeiro, com a redução de 5.230 empregos formais, resultado das 54.852 contratações e dos 60.082 desligamentos, Pernambuco foi o segundo estado com a maior redução de postos, atrás do Rio de Janeiro, que reduziu 12.960 postos celetistas. Já em terceiro lugar, ficou o Pará com 2.203 postos a menos.
Segundo Luiz Maia, além dessas demissões já esperadas no período no comércio, setor que puxou o saldo em -2.677 no estado, a agropecuária foi o segundo grande setor que mais impactou nessa queda, em Pernambuco. “A maior parte, cerca de 60% das destruição dos postos de trabalho na agropecuária são das chamadas lavouras temporárias, que é a cana de açúcar, que emprega muito em certas épocas do ano e também demite muito em outras épocas. O setor da agropecuária como um todo, teve diminuição de 1.800 postos de trabalho aproximadamente. Desse total, 1.300 são da cana de açúcar”, disse.
RECIFE
A capital pernambucana fechou janeiro de 2025 com saldo positivo de 1.173 novos postos de trabalho, resultado das 21.940 contratações com carteira assinada, frente a 20.767 desligamentos. No período, a capital pernambucana obteve crescimento de 0,21%, em relação ao mês anterior.
No Nordeste, o Recife foi a terceira capital que mais gerou empregos formais em janeiro deste ano, atrás apenas de Salvador (BA), com saldo de 4.524 postos de trabalho, e São Luís (MA), com saldo de 1.493 vínculos formais.
Segundo o professor Luiz Maia, o Recife acaba se sobressaindo pela estabilidade dos setores da indústria e agropecuária e pelo saldo positivo do setor de serviços, que compensa os dados negativos do comércio. Em janeiro, o setor de Servic%u0327os, contabilizou o saldo positivo de 1.872 postos, resultado de 15.172 contratac%u0327o%u0303es contra 13.300 desligamentos. Na sequência, a Construc%u0327a%u0303o Civil, gerou 518 empregos formais, e a Indu%u0301stria, com 97 novas contratac%u0327o%u0303es formalizadas.
Seguindo a tendência nacional e estadual, o come%u0301rcio foi o que mais encerrou vagas no Recife, com a demissa%u0303o de 1.305 trabalhadores. Já o segmento de Agropecua%u0301ria apresentou uma reduc%u0327a%u0303o de nove vagas de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário