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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CARNAVAL 2025

Grupos de afoxé fazem lavagem da avenida Rio Branco, no centro do Recife

Cortejo dos 29 Afoxés caminham pela Avenida Rio Branco em direção ao Marco Zero - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco



Foliões participaram do Ubuntu, tradicional benção dos orixás e ritual de purificação, e foram levados até o Marco Zero, no Bairro do Recife



A lavagem da Avenida Rio Branco, tradicional benção dos Orixás para o Carnaval, aconteceu na tarde desta quarta-feira (26), no Bairro do Recife. Ela faz parte de uma celebração espiritual com a preparação de banho de ervas, que destaca a conexão entre a cultura afro-religiosa e a preservação ambiental.

A lavagem faz parte da tradição do Ubuntu, que está em sua sexta edição. O evento reuniu 29 grupos de afoxé, conduzindo os foliões para um ritual de purificação até o Marco Zero. Através da dança, da música e do axé, a consagração do povo negro pediu benção aos Orixás para o Carnaval de 2025.

Os foliões que percorreram o trajeto da Avenida Rio Branco até o Marco Zero receberam um banho de ervas sagradas, chamado amaci (omíeró). A mistura de água com ewé (folhas sagradas), preparada por ialorixás e babalorixás dos 29 afoxés, reforça a energia de proteção e renovação.

O evento integra a programação oficial do Carnaval 2025, promovida pela Prefeitura do Recife. A homenagem ressalta a luta pela valorização da cultura negra e os que deixaram um legado na preservação das tradições afro-brasileiras.

O organizador do Ubuntu, Chacon Viana, responsável pela coordenação do cortejo dos afoxés, destacou a importância do evento para o Carnaval do Recife.

"É a consagração de um povo, o momento em que todos os afoxés se unem para abrir o Carnaval com paz, saúde e felicidade, trazendo prosperidade e renovando as energias para o ano que se inicia. Com os amacis e a lavagem das águas sagradas, os afoxés espalham paz e alegria, mesmo em tempos difíceis, irradiando a força dos orixás para o mundo", destacou.

A iabassê do Afoxé Ogbon Obá, Dona Carmem Virgínia, idealizadora do Ubuntu, comentou sobre a organização da cerimônia de 2025.

"A sexta edição tem uma diferença das anteriores: nos organizamos melhor. Criamos uma comissão responsável por toda a organização, com cada um em seu lugar. Mãe Fátima e Marquinhos estão na comissão da religiosidade, enquanto Dario e José cuidam da produção artística e da direção do cortejo", ressaltou.

Ela destaca também a quebra de preconceitos e estigmas acerca da comemoração com os afoxés, e como as pessoas começam a enxergar esse movimento participando da tradição.

"Eu atuo na missão de atrair e reunir pessoas, de aglutinar. Todos os afoxés estão aqui, abrilhantando e representando suas casas, suas cores, seus pais, mães e filhos. Esse é o candomblé de rua, a essência do que há de melhor no candomblé pernambucano. O Ubuntu é uma verdadeira consagração do povo negro, pois foi feito por pessoas pretas, para pessoas pretas – e também para as não pretas, que precisam quebrar paradigmas, preconceitos e racismo dentro de si", concluiu.

Por César Gabriel

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