Mãe de jovem baleado por delegado em Fernando de Noronha apresenta versão do filho sobre o caso
Jovem foi transferido para o Hospital da Restauração, na área central do Recife, para realizar um procedimento cirúrgico
A mãe do jovem Emanuel Pedro Apory, de 26 anos, que foi baleado por um delegado em Fernando de Noronha, na madrugada desta segunda-feira (5), apresentou a versão do filho sobre a confusão que teria resultado no disparo.
Enquanto aguarda pela cirurgia do jovem, transferido de unidade de saúde na Ilha para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central do Recife, Maria do Carmo trouxe detalhes da situação.
Em entrevista ao Brasil Urgente Pernambuco, a mãe do jovem informou que a versão foi apresentada por Emanuel enquanto aguardava pelo atendimento médico.
Segundo ela, a história teria iniciado ainda na sexta-feira (2). Na data, o jovem de 26 anos teria conhecido uma mulher, que não foi identificada, na academia.
A jovem teria se apresentado como nutricionista e chegou a manter uma conversa com Emanuel sobre a profissão. No entanto, o contato inicial foi encerrado ainda na academia.
No dia seguinte, Emanuel relatou ter encontrado novamente com a mulher. Na ocasião, outros amigos do jovem também conheceram a nutricionista.
Já no domingo (4), durante uma festa, Emanuel teria encontrado a mulher pela terceira vez. No entanto, evitou contato com a jovem, que estava acompanhada do delegado.
"Ele encontrou ela com o rapaz. Viu que ela estava acompanhada e nem cumprimentou ela para não causar ciúmes. Ele ficou um pouquinho e foi ao banheiro. Quando saiu, o delegado já estava escondido e chegou pelas costas, batendo nele", afirmou a mãe do jovem.
"Você ficou com a minha mulher", teria afirmado o delegado para Emanuel. As cenas foram registradas por uma câmera de segurança e mostram o momento em que o delegado e o jovem se encontram. Após um confronto inicial, o servidor da segurança pública dispara contra Emanuel.
As cenas foram registradas por uma câmera de segurança e mostram o momento em que o delegado e o jovem se encontram. Após um confronto inicial, o servidor da segurança pública dispara contra Emanuel.
Por causa da extensão dos ferimentos, o jovem foi transferido para a capital pernambucana por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, que pousou em Noronha às 13h, pelo horário local.
Caso está sendo investigado
Por meio de nota, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) confirmou que instaurou um inquérito sobre o caso.
O processo "está sendo conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As investigações estão em andamento para esclarecer totalmente o ocorrido", destacou a corporação.
A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social instaurou um procedimento preliminar. O órgão também acompanhará a investigação da PCPE, incluindo a ouvida do acusado pelo DHPP.
Por meio de nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (ADEPPE) se manifestou sobre o caso. De acordo com a associação, o delegado teria atuado em legítima defesa.
Confira a nota da Adeppe na íntegra:
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (ADEPPE) vem a público manifestar seu posicionamento em defesa da conduta de um delegado associado, envolvido em um episódio ocorrido recentemente na Ilha de Fernando de Noronha, no qual atuou em legítima defesa, diante de agressões injustas e atual.
No momento do fato, o delegado identificou-se como policial ao agressor, recolhendo sua arma ao coldre logo em seguida — gesto que evidencia sua intenção de evitar qualquer confronto.
A abordagem ocorreu em razão do comportamento reiterado de perseguição/importunação contra sua companheira.
Mesmo ciente da condição funcional do delegado e do fato de ele portar arma de fogo, o agressor deu início a violentas agressões físicas, demonstrando a intenção de desarmá-lo — o que configurava grave risco à integridade física do agente e de outras pessoas presentes.
Diante da agressão injusta e atual, o delegado reagiu com um único disparo, atingindo a perna do agressor, com o objetivo de cessar a agressão e preservar vidas. A escolha do local do disparo demonstra o preparo técnico e o equilíbrio emocional do policial, que agiu para neutralizar a ameaça com o menor dano possível, impedindo que sua arma fosse subtraída.
É importante esclarecer que o delegado não havia consumido bebida alcoólica e, tão logo controlada a situação, apresentou-se espontaneamente ao delegado da Polícia Federal, única autoridade policial disponível na localidade naquele momento.
O próprio delegado sugeriu e foi encaminho via ofício ao IML onde realizará:
• Exame de sangue, para comprovar a ausência de ingestão alcoólica;
• Exame de corpo de delito, a fim de atestar as lesões sofridas durante a agressão que motivou a reação legítima.
Por Portal Folha de Pernambuco
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