Advogado aciona OAB e acusa Moraes de tentativa de calar a defesa
Comissão da OAB-SP nomeia defensor para garantir atuação legal do advogado
O advogado Eduardo Kuntz, que defende o ex-assessor especial da Presidência da República, coronel Marcelo Câmara, no caso sobre um suposto golpe de Estado, acionou a Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) após se tornar alvo de um inquérito aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP nomeou o advogado Renato Marques Martins para garantir que os direitos profissionais de Kuntz sejam respeitados durante o inquérito.
Martins destaca que investigar um advogado por exercer seu trabalho é “uma tentativa de calar a defesa” e que isso “não será admitido em uma sociedade democrática”.
O caso ganhou novos capítulos quando Eduardo Kuntz admitiu ter conversado com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo Instagram nos primeiros meses de 2024.
As conversas foram reveladas após a revista Veja publicar prints de mensagens atribuídas a Cid, delator no processo do suposto plano de golpe.
Para comprovar os diálogos, Kuntz anexou à ação uma “defesa prévia” e uma ata notarial com prints das conversas.
O problema é que, na época, Cid estava proibido pela Justiça de usar redes sociais ou manter contato com outras pessoas ligadas à investigação.
Diante disso, na quarta-feira (18), o ministro Moraes mandou prender preventivamente o coronel Marcelo Câmara e abriu um inquérito contra ele e seu advogado por suposta tentativa de atrapalhar as investigações.
A OAB-SP agora acompanha o caso de perto para verificar se houve abuso de autoridade ou violação do direito de defesa.
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