Professores do Estado têm reajuste aprovado depois de mobilização

De acordo com deputados de oposição à Raquel, a governadora teria usado a pauta do reajuste de 6,27% no piso salarial dos professores da rede de ensino do Estado para pressionar os parlamentares a votar em pautas de seu interesse.
O reajuste salarial dos professores da rede estadual de Pernambuco foi aprovado na tarde desta segunda-feira (9), com o voto positivo dos 31 deputados que compareceram à Reunião Plenária do dia. O resultado vem após uma intensa mobilização da categoria, que foi até a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) mais cedo para se reunir com o deputado Álvaro Porto, presidente da Alepe, e outros parlamentares. O encontro teve o objetivo de cobrar o compromisso da Casa Legislativa com a votação do reajuste de 6,27% no piso salarial da categoria, que até então vinha sendo adiada por falta de quórum.
A reunião da manhã contou com a presença de deputados como Dani Portela (PSOL), Antônio Coelho (UB) e Alberto Feitosa (PL), que alegaram que o governo Raquel Lyra estava usando a pauta dos professores para pressionar os parlamentares. “No primeiro e segundo dia, vocês observaram quais foram os parlamentares que faltaram e vários desses colegas estavam na Casa, só não foram para a Reunião (Plenária). Para isso acontecer bastou uma ligação. A governadora quis usar a educação pra dizer: ‘a gente só vota na educação, se vocês votarem a Adagro, se nos derem o empréstimo’, querendo usar vocês como moeda de troca. isso não pode ser admitido nem de um lado nem de outro”, disse Dani Portela para os professores que lotavam o auditório Senador Sérgio Guerra.
De acordo com ela, a ausência dos deputados da base governista até então seria ordenada por Raquel, para que não houvesse quórum na votação para o reajuste dos professores enquanto outros projetos de seu interesse não fossem aprovados. Os deputados Rosa Amorim (PT) e João Paulo (PT) ponderaram sobre a situação. Depois de reafirmar a urgência da votação da pauta dos professores, os dois defenderam também que as divergências políticas não deveriam travar as demais pautas, que defendem também serem importantes para os pernambucanos.

Professores da rede estadual de ensino foram até a Alepe cobrar a votação do projeto de lei que estabeleceu o reajuste salarial de 6,27% da categoria. (Rafael Vieira/DP Foto)
O deputado Álvaro Porto rebateu revelando que a governadora fez uma ligação autoritária para ele. “Quando ela ligou para mim, a primeira palavra foi: ‘eu quero que amanhã sejam votados os projetos e é para aprovar’”, lembrou ele, que na ocasião disse que falaria com os presidentes das comissões da Alepe para saber como estava o andamento dos projetos solicitados por ela. “Não foi uma ligação para conversar, foi para dar ordem. Não vamos admitir esse autoritarismo, porque quem manda nessa Casa são os deputados e o povo pernambucano”, concluiu ele.
Ainda de manhã, a presidente do Sintepe lembrou que a o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 2968/2025, que estabeleceu o reajuste salarial de 6,27%, foi feito em acordo com o Governo do Estado e que, portanto, não havia razão para divergência com a bancada governista. Segunda ela, todos os presidentes das comissões da Alepe cumpriram o que prometeram para acelerar o processo da votação, mas a falta dos deputados aliados de Raquel Lyra atrasou a conclusão do caso. “Nós entendemos que a votação do nosso ia depender dos outros. Achamos uma irresponsabilidade de uma governadora fazer isso com uma categoria que é responsável por mais de meio milhão de estudantes”, disse a sindicalista, antes de ter seu apelo atendido nesta tarde.
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