Raquel vice de Lula: viagem na “maionese”
A nova pérola entre os aliados da governadora Raquel Lyra (PSD) é espalhar a “perua”, tradução popular para Fake News, de que ela está nos planos do PT para fechar a chapa do presidente Lula (PT), candidato à reeleição em 2026, como candidata a vice. Em política, tudo pode acontecer, inclusive nada.
Nariz empinado como é, a própria governadora não deve aprovar esse movimento desproposital, até porque já botou na cabeça que é imbatível na disputa pela reeleição, mesmo estando, hoje, numa posição extremamente desconfortável nas pesquisas em relação ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), provável adversário.
A política não é uma ciência exata, mas tem lógicas. João foi eleito, ontem, em convenção, presidente nacional do PSB, na presença de Lula e dos principais caciques do PT, sustentando seu discurso em dois motes: o apoio do partido à reeleição do petista e a manutenção do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, hoje uma das principais lideranças socialistas, na vice.
O PT, na verdade, conspira para queimar Alckmin, mas em tese para colocar na vice alguém do partido ou um nome de extrema confiança abrigado em uma legenda de esquerda. Jamais daria aval a Raquel apenas pelo fato dela ser mulher e nordestina, como espalham os adeptos da presença dela na chapa com Lula.
Se por acaso o PSD, partido ao qual a governadora está filiada, viesse a ter o direito de indicar o vice, o nome não seria o dela, mas do presidente da legenda, Gilberto Kassab, que tem atuado fortemente nos bastidores com esta intenção, embora seja adepto da candidatura do bolsonarista Tarcísio de Freitas.
Perdendo a vice, por outro lado, o PSB criaria uma tremenda crise no seio da campanha de reeleição de Lula e passaria a ter também um divisor das esquerdas fortíssimo para disputar à Presidência da República, o próprio Alckmin. Além disso, Lula e o seu Governo não andam bem das pernas para Raquel entrar numa aventura de tamanha magnitude.
O grande desafio de Raquel para se firmar como liderança ascendente em nível nacional passa pela sua reeleição. Passa pelo enfrentamento a João Campos. Derrotando o prefeito, Raquel cria até envergadura para sonhar mais alto: a Presidência da República, quatro anos depois, num cenário de caras novas na cena nacional, tendo terminado a polarização Lula x Bolsonaro, que tem sido terrivelmente maléfica ao País.
PRISCILA E AS COMPLICAÇÕES
Ainda raciocinando com a tese maluca de Raquel na vice de Lula, quem seria o candidato dela ao Governo do Estado? Alguém poderia responder de supetão a vice Priscila Krause, nome natural para defender o legado do atual governo. O PT local apoiaria? Certamente, lideranças expressivas de outros partidos que estão hoje no arco da aliança de Raquel, como o deputado Eduardo da Fonte, forte candidato ao Senado por ter um grupo expressivo e aparecer bem nas pesquisas, também iriam torcer o nariz.
- Por Magno Martins

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