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sexta-feira, 20 de junho de 2025

SÃO JOÃO 2025

Orquestra Sinfônica do Recife abre o palco do Sítio Trindade com forró e pompa

Erudito e o popular junto na abertura dos shows no Sítio Trindade no Recife Junino 2025 - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Pela primeira vez no São João do Recife, orquestra mistura erudito e popular em concerto com arranjos especiais, sanfona e homenagens



Foi com forró, sanfona e irreverência que a Orquestra Sinfônica do Recife subiu ao palco principal do Sítio Trindade na noite desta quinta-feira (19), na Zona Norte da capital pernambucana, dando início oficialmente à programação de shows do Recife Junino 2025. Em sua estreia no ciclo junino da cidade, a orquestra protagonizou um concerto histórico que uniu o erudito e o popular em um só compasso.

Sob regência do maestro Lanfranco Marcelletti, o espetáculo reuniu um time de peso: as cantoras Mariana Aydar e Bia Marinho, além dos sanfoneiros e arranjadores Beto Hortis e Marcelo Caldi. Juntos, eles apresentaram um repertório que foi do baião ao xote, com peças como “Gonzaguiana”, de Ciro Pereira, “Concerto para Asa Branca”, de Sivuca, e “Pequenas Rosas”, de autoria de Beto Hortis.

“A ideia é justamente trazer a questão sinfônica para nossa festa. Foi pensado inicialmente como um concerto externo, mas acabou se tornando a abertura do São João aqui, no Sítio Trindade”, explicou o maestro. 

Segundo ele, a escolha dos convidados partiu da vontade de celebrar Bia Marinho, homenageada do São João do Recife, e aproveitar a disponibilidade de Mariana Aydar para criar um espetáculo único.

“São canções lindíssimas, com duas vozes muito bonitas e bem diferentes. Uma verdadeira celebração musical”, completou.

Mistura

A união de sanfona e violino foi sentida em cada acorde. “É uma mistura de sopros maravilhosos, acordes cariocas e forró pernambucano. É o clássico com o popular. Uma misturação perfeita”, descreveu Bia Marinho, que emprestou sua voz a clássicos como “A Vida do Viajante”, “Lamento Sertanejo” e “De Volta pro Aconchego”. 

Para ela, a mistura “traz o fogo, o eco e a vontade de sentir mais. É isso que está acontecendo aqui hoje”. 

Mariana Aydar também celebrou o momento. “Cantar com orquestra já é uma felicidade enorme. Agora, cantar forró nesse lugar de respeito, de pompa, é mais ainda”, afirmou. 

No repertório da cantora, músicas compostas também por mulheres, como “Nosso Xote”, “Tenho Sede” . “A maioria do que canto hoje são composições femininas, incluindo uma música minha e uma da Janaina Pereira. Vai ter Dominguinhos também, com Anastácia”, completou.

Do Rio para o Recife

Vindo do Rio de Janeiro, o sanfoneiro e arranjador Marcelo Caldi destacou o simbolismo de participar da abertura dos festejos. 

“Essa apresentação é uma grande mistura que representa o Brasil. É trazer a nossa cultura para o universo sinfônico, sem sair do forró. Tem Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Sivuca. É um momento de reverência e celebração”, disse. 

Segundo Caldi, a preparação foi fruto de um trabalho coletivo.

“A partir do convite do maestro, fui montando os arranjos junto com a Bia e a Mariana, e chegamos num repertório que respeita a tradição do São João”.

Já Beto Hortis, também sanfoneiro e arranjador da noite, resumiu sua emoção. 

“É uma coisa linda de se ver. O forró tradicional com zabumba, sanfona e triângulo, no meio de uma orquestra sinfônica. Artistas incríveis participando desse momento. Foi e está sendo tudo lindo”.

Por Vitória Floro

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