Lula afirma que traficantes seriam ‘vítimas’ dos usuários de drogas
Ele culpa o vício pela violência e compara traficantes a "vendedores"
O presidente Lula (PT) resolveu simplificar a “solução” do problema do combate ao narcotráfico, que afeta países do mundo inteiro, sugerindo que traficantes seriam “vítimas” dos usuários de drogas, nesta sexta-feira (24), em entrevista na Indonésia.
O petista apontou que o caminho mais fácil para solucionar o problema do narcotráfico deveria ser combater os usuários internamente, não matando traficantes de países vizinhos, comparados a meros “vendedores”. Ele respondia à imprensa sobre a forma como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem atuado contra esses criminosos.
“Toda vez que a gente fala de combater drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados, internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são, sabe?, vítimas dos usuários, também”, disse Lula, quando questionado sobre Trump ter bombardeado embarcações do tráfico venezuelano e afirmado não precisar de declaração de guerra para matar quem transporta drogas para os Estados Unidos.
Lula pregou respeito ao princípio de autodeterminação dos povos, em referência clara ao desejo de Trump de derrubar a ditadura da Venezuela, de seu “ex-amigo” Nicolás Maduro, sob o argumento de combater narcotráfico. E resolveu repaginar a teoria publicitária do biscoito Tostines, que questionamento se seu produto “vende mais porque é fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais”, aplicando a lógica reversa aos usuários e traficantes, pregando que o mundo não pode continuar nessa “polarização do bem contra o mal a vida inteira”.
“Você tem uma troca de gente que vende [drogas], porque tem gente que compra; de gente que compra, porque tem gente que vende”, disse Lula, ao citar ações de combate ao tráfico que o Brasil participa nas fronteiras, com apoio de autoridades de países vizinhos e da Interpol, sem precisar invadir as outras nações.
O petista ainda alertou que ficará muito difícil viver, “se o mundo ficar uma terra sem lei, sem respeitabilidade”. E disse que gostaria de ter o “imenso prazer” de debater o combate ao narcotráfico com Trump, se o norte-americano quiser discutir esse assunto no encontro presencial previsto para reunir ambos, até o domingo, na Indonésia.
Davi Soares

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