Funcionários da Compesa querem evitar que eleições de 2026 interfiram nas negociações do acordo coletivo
Os trabalhadores da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em greve desde a última segunda-feira (13), tentam evitar que as eleições de 2026 prejudiquem as negociações entre a categoria e o Governo do Estado e que interesses políticos depreciem a própria Companhia, uma propriedade da população.
Relatos dos grevistas enviados a este blog dão conta de que os funcionários temem que a disputa acirrada pelo pleito estadual, que já dá sinais de antecipação, possa interferir no acordo coletivo com o Poder Executivo e na forma como a privatização está sendo conduzida. Por esse motivo, consideram o momento atual como ideal para a paralisação.
No dia 12 de setembro deste ano, a governadora Raquel Lyra (PSD), que deve buscar a reeleição, em 2026, confirmou a data do leilão de concessão parcial da Companhia. As empresas interessadas podem enviar suas propostas a partir de 11 de dezembro. O leilão está marcado para o dia 18 do mesmo mês.
O modelo prevê a transferência dos serviços de distribuição de água e coleta de esgoto para a iniciativa privada. Mas é alvo de polêmica porque os profundos conhecedores da área, como funcionários antigos, apontam que a parte mais rentável e atrativa para o mercado será entregue ao setor privado.
Já a captação e produção da água — etapa mais difícil, custosa e sujeita às mudanças climáticas — permanecerá sob responsabilidade pública. Em meio a esse processo de privatização parcial, com várias críticas, um dos trabalhadores alertou: “Se não fizer greve agora (antes do ano eleitoral), não sobra mais Compesa”.
Os funcionários alegam que a governadora Raquel Lyra quer fazer um acordo coletivo com a categoria com vigência de dois anos, para que, no ano da eleição, eles fiquem em silêncio. “O ano que vem ela passa o ‘rolo compressor’ em cima da Compesa, sem a gente poder dar um pio”, disse um dos grevistas a este blog.
Por Larissa Rodrigues

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