Rubio indicou venezuelana ao prêmio Nobel antes de trabalhar para Trump
Marco Rubio foi quem indicou a venezuelana María Corina Machado para o prêmio Nobel da Paz. Em 2024, ainda como senador pela Flórida, ele liderou uma carta aos organizadores em Oslo sugerindo que a opositora ao presidente Nicolas Maduro fosse considerada.
Rubio é hoje o chefe da diplomacia de Donald Trump, presidente que fez campanha explícita para receber a premiação. A Casa Branca chegou a colocar a diplomacia americana para trabalhar por esse objetivo, sem sucesso.
Ironicamente, foi seu atual secretário de Estado que, antes de assumir o cargo em Washington, havia liderado entre os parlamentares americanos a campanha pela venezuelana. Tratava-se de um instrumento de pressão contra Maduro. “Escrevemos a vocês em apoio à indicação de María Corina Machado para o Prêmio Nobel da Paz”, disse a carta de 26 de agosto de 2024.

“Em nosso trabalho como formuladores de políticas que lutam pela democracia e pelos direitos humanos diante de regimes ditatoriais no Hemisfério Ocidental e além, raramente testemunhamos tanta coragem, altruísmo e firme convicção moral como María Corina Machado”, disse.
“Ela arriscou tudo para animar o povo venezuelano, antes abatido. Eles sofreram 25 anos de opressão, tortura, assassinato e privação econômica nas mãos do regime Chávez-Maduro, que sistematicamente minou as instituições democráticas e perpetuou uma crise regional de proporções monumentais. Machado se destaca como um farol de esperança e resiliência”, insistiu.
“Apesar de sofrer severas ameaças pessoais, incluindo atentados contra sua vida, Machado permaneceu firme em seu compromisso de restaurar a governança democrática na Venezuela”, aponta a carta.
“Sua liderança é fundamental na mobilização de apoio nacional e internacional para uma resolução pacífica da atual crise de fraude eleitoral. Seus esforços incansáveis Prêmio Nobel da Paz busca honrar. Os esforços de Machado para trazer uma paz democrática à Venezuela beneficiam seu país, bem como a região e o mundo”, indicaram os parlamentares.
“Nas eleições recentes, o trabalho de Machado demonstrou sua determinação inabalável e capacidade de inspirar e mobilizar outros para a nobre causa da democracia. Suas ações refletem uma crença profunda na justiça, nos direitos humanos e no Estado de Direito — valores fundamentais para a missão do Prêmio Nobel da Paz”, indicou o texto.
O americano tem se manifestado abertamente sobre seu desejo por um prêmio conquistado por quatro de seus antecessores: Barack Obama em 2009, Jimmy Carter em 2002, Woodrow Wilson em 1919 e Theodore Roosevelt em 1906. Mas a escolha de Oslo foi por um outro caminho.
Por Jamil Chade

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