Cabeça do crime organizado está ‘na praia de Miami’, não na Penha, diz Haddad
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou, ontem (31), que as lideranças do crime organizado não vivem em comunidades como os complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e sim “de frente para praia”. “Estão morando em Miami, morando em Portugal, morando em outro canto”, afirmou.
O ministro disse que vai compartilhar com o governo do Rio as informações que a Receita Federal levantou durante a deflagração da Operação Carbono Oculto, que identificou ligações do PCC (Primeiro Comando da Capital) com o setor de combustíveis e com o mercado financeiro, e teve ações de busca e apreensão na Faria Lima. Segundo Haddad, o governador Cláudio Castro (PL) está desinformado sobre como opera o crime organizado em território fluminense. As informações são da Folha de S.Paulo.
“O que nos permitiu avançar no combate ao crime organizado [foi] a questão dos combustíveis, que é uma das principais fontes de financiamento do crime organizado no Rio.”
Críticas ao governo Castro
“Me parece que o governo do Rio não estava informado adequadamente a julgar pelas ações, pelas medidas que tomaram, que foram contrariadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça essa semana”, acrescentou.
Haddad afirma que pretende consolidar em lei a Delegacia de Combate ao Crime Organizado, que já opera sob o guarda-chuva da Receita Federal desde 2023. “Eu quero formalizar porque no mundo inteiro a Receita Federal atua com o suporte dos órgãos de segurança pública, porque ao atuar na fiscalização, ela acaba se deparando com crimes tributários e não tributários”, afirmou o ministro.
A própria Receita apura os crimes tributários e tem a obrigação de comunicar os demais aos órgãos de segurança pública, nos níveis estaduais e federal.
Como exemplo da eficiência da Receita, Haddad citou a operação Fronteira, encerrada ontem (31). “Em 15 dias, foram presas 27 pessoas. Nós apreendemos 213 mil litros de bebida no terreno, 3,5 toneladas de droga, sendo que 600 quilos de cocaína. Isso foi feito com a ajuda do governador do Paraná, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e com todo o aparato federal combinados.”
“Não teve tiro, não teve morte”, emendou o ministro. Na operação Contenção, deflagrada pelas polícias do Rio de Janeiro na terça-feira (28), houve 121 óbitos confirmados pelas autoridades.
Por Magno Martins
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