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sábado, 15 de fevereiro de 2025

BRONCA PESADA

Raquel em mais uma queda de braço com a Alepe

Os bastidores da política pernambucana estão pegando fogo, desde ontem (14), com mais um episódio da difícil relação entre o Governo Raquel Lyra (PSDB) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Em uma manobra bem articulada, a oposição na Casa poderá impor à tucana a derrota na eleição das presidências das principais comissões temáticas para o biênio 2025/2026, o que, na prática, significa que a gestora poderá ter a governabilidade abalada nos dois anos que faltam para a disputa estadual.

Presidente em exercício na Alepe, o deputado Rodrigo Farias (PSB) publicou uma edição extra do Diário Oficial convocando as instalações das comissões e eleições de presidentes e vices, deixando a bancada governista sem tempo para negociar mais e trocar membros nos grupos, o que poderia reverter a desvantagem no número de aliados do Palácio integrando os colegiados.

A tarde e a noite de ontem foram de muita negociação e a nova líder da bancada governista, Socorro Pimentel (União Brasil), protocolou um recurso na Casa contrário ao ato de Rodrigo Farias. “Manter a confiança e o respeito às instituições é a base fundamental da nossa democracia. A convocação foi feita às pressas, ao apagar das luzes, surpreendendo a todos os deputados e deputadas. Claramente, os atos descumprem o Regimento Interno da Casa de Joaquim Nabuco. Não há justificativa para a urgência e observamos desrespeito à normatividade interna da Assembleia”, afirmou a parlamentar.

O documento também foi assinado pelos deputados Joãozinho Tenório (PRD), Kaio Maniçoba (PP), Romero Sales Filho (UB), Débora Almeida (PSDB), Antônio Moraes (PP), Wanderson Florêncio (SD), Henrique Queiroz Filho (PP), Fabrizio Ferraz (SD), Luciano Duque (SD), João Paulo (PT), William Brigido (RP) e Joaquim Lira (PV).

Independentemente de o Governo vencer ou não mais essa queda de braço com parte da Casa, esse é mais um desgaste que poderia ter sido evitado se lá atrás a governadora tivesse tido um pouco mais de humildade, ao assumir o Poder Executivo. O que se assiste nesse caso, que pode se transformar em mais uma derrota acachapante da gestão Raquel Lyra, é tão somente o resultado de um processo que começou junto com o governo dela, que chegou olhando de cima para baixo para o Poder Legislativo. 

A POLÍTICA NÃO PERDOA 

Qualquer governo que tenha a intenção de dar certo precisa ter uma boa relação com o Legislativo. Raquel Lyra teve essa oportunidade. O hoje presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), era seu aliado. Poderia ter sido o “presidente de Raquel” na Assembleia. Mas não foi assim que as coisas foram feitas e a gestão tucana acumula, em dois anos, mais desgastes e dores de cabeça nessa relação do que qualquer outra na história recente da política de Pernambuco. Esse foi o primeiro erro: não segurar Álvaro do seu lado. O segundo foi peitar a Alepe com os vetos dos trechos da LDO, fazendo com que os deputados derrubassem em seguida esses vetos e deixassem o Poder Executivo desmoralizado.





Era tarde demais 

Depois das inabilidades citadas, Raquel ficou sem ambiente na Casa e enfrenta até hoje dificuldades para reverter. Por exemplo, a Primeira Secretaria e a maioria da Mesa Diretora estão nas mãos de opositores, justamente porque a gestora ficou sem condições de articular muita coisa dentro da Alepe. Em um momento como o de agora, que precisa eleger líderes nas comissões, todos os erros do passado pesam e levam Raquel a seguinte situação: estar na iminência de ter Alberto Feitosa (PL), um ferrenho opositor, como presidente da comissão mais importante, a de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ).

Governabilidade em xeque 

Ter um opositor à frente da CCLJ é péssimo para qualquer governo, porque é o grupo por onde começam a tramitar todos os projetos, sendo de autoria do Poder Executivo ou dos próprios deputados. Quem está sentado nessa cadeira tem o poder de dar agilidade às propostas do Executivo ou travar esse processo. Pode ainda pautar matérias que não são do interesse do governo. Essa articulação política cheia de falhas pode custar a governabilidade da gestão, em dois anos estratégicos, os dois últimos. Caso se confirme essa derrota, é coisa para derrubar secretário. Apesar do esforço dos deputados governistas, como Antônio Moraes (PP) e Débora Almeida (PSDB), não há como os aliados fazerem milagres na Casa sem a cooperação do Palácio.

Por Larissa Rodrigues

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